Santos e Amigos do Palito são mantidos no Campeonato Municipal

JUNTA DISCIPLINAR revogou a suspensão das equipes e puniu dois jogadores

Em julgamento realizado na última sexta-feira, 27, na Estação da Cultura, as equipes Santos e Amigos do Palito tiveram suas suspensões preventivas revogadas pela Junta Disciplinar. Desta forma, os dois times seguirão na disputa do Campeonato Municipal Sicredi de Futebol deste ano. A Junta ainda determinou a perda de mando de campo do Santos até o fim da competição deste ano, tanto na categoria Força Livre quanto na categoria Veterano.

Os atletas João Vitor de Almeida e Samuel Lins, ambos do Amigos do Palito, foram punidos com 14 jogos de suspensão dos campeonatos organizados pelo Município, por conta do envolvimento na briga que ocorreu no final da partida. Na confusão do dia 1° de outubro, uma pessoa que foi agredida ficou desacordada e várias outras ficaram feridas.

No julgamento da última sexta, Vanderlei Almeida (técnico e presidente) e Samuel Lins (atleta) foram ouvidos pelo lado do Amigos do Palito e declararam que a confusão iniciou entre as duas torcidas após xingamentos e ofensas raciais proferidas por torcedores do Santos.

Treinador da equipe atual campeã do Municipal, Vanderlei Almeida lembrou do título de 2022 em seu depoimento. “Fui campeão sem levar nenhum cartão vermelho, o Amigos do Palito vai para jogar futebol. Desde o começo do jogo eles começaram a provocar nosso time. Torcedores deles estavam na tela, chamaram meu sobrinho de macaco. Outro jogador foi chamado de neguinho. A briga já estava rolando e meus dois jogadores pularam a cerca para brigar. Não gostaria que isso tivesse acontecido”, disse.

O atleta Samuel Lins reiterou a fala do seu treinador: “Eles começaram a xingar de preto, macaco, neguinho… Estávamos lá só para jogar. A briga começou entre os torcedores. Nossa torcida estava em minoria, pulamos para defender a nossa torcida, aí acabamos brigando. Na saída, chutaram meu carro”, salientou o jogador.

Santos e Amigos do Palito seguirão na disputa pelo título do Municipal Sicredi deste ano

Pelo lado do Santos, Cleiton Kerber (presidente), Júnior (secretário) e Ronaldo (treinador) depuseram e negaram os atos de racismo. Eles afirmaram que a torcida do Santos estava comemorando o resultado (vitória por 6 a 1) e os adversários começaram a discutir por não aceitar o revés.

O presidente foi o primeiro a falar no julgamento: “Eu estava próximo dali, nossa torcida estava comemorando, até o finalzinho, quando começou a discussão entre os torcedores dos dois times. Eles interrogaram nossa torcida do porque que estávamos comemorando. Batalhamos tanto para fazer a sede funcionar de novo, depois de 11 anos. Era uma discussão normal de jogo, aí eles (jogadores) pularam para brigar”.

“A gente estava perto e não aconteceu isso (atos racistas), perguntamos para quem estava ali e ninguém ouviu nada. Se tivesse acontecido realmente, eu tomaria providências. Não ouvi nenhuma ofensa racial. Tentamos apartar a briga e não conseguimos. Nada teria acontecido se os jogadores não tivessem pulado a cerca. Uns cinco ou seis torcedores nossos foram agredidos, e deles ninguém foi. Nenhum dos nossos atletas se envolveu”, complementou.

Treinador do Santos, Ronaldo afirmou que em nenhum momento a torcida de sua equipe chamou algum jogador de macaco. “Tenho convicção disso. A briga começou quando o camisa 66 (João Vitor) pulou o alambrado e correu em direção ao nosso pessoal. Depois veio o Samuel. Nunca tivemos episódio de briga, nosso pessoal não sabe brigar”, afirmou.

CAMPEONATO TEVE QUATRO JOGOS NO DOMINGO
A rodada do último domingo, 29, ainda não teve Santos e Amigos do Palito em campo pela categoria Força Livre. Porém, outras oito equipes jogaram. Pelo certame de veteranos, o América superou o Tricolor por 2 a 1, o G.E. Municipal goleou o Boleiros por 5 a 1 e o Serrano venceu o Santos pelo placar de 2 a 0. Já pela Força Livre, o América aplicou 6 a 1 sobre o Amigos do Batata, no único embate da categoria na rodada.

Diretor de Desporto do Município, Tiago Maratá falou com a reportagem do Ibiá logo após o julgamento. “Acho que o mais importante é nós moralizarmos. A Junta Disciplinar é um órgão independente, ela não é vinculada à Diretoria de Desporto. Então, fizemos tudo de acordo com a lei. Fizemos a suspensão preventiva, foi feito o julgamento, todas as partes vieram, falaram, teve o tempo de recurso, e os juízes tiveram a sentença, tiveram a sua decisão”, pontuou. “O mais elogiável nesse processo é a lisura de como tudo aconteceu. O esporte agora tem um regramento, tem seus órgãos competentes para avaliar tudo que acontece. Sobre os jogos que estavam suspensos, vamos remanejá-los em breve para fazer as semifinais em poucas semanas”, completou Maratá.

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