Ato de amor. Foram captados coração, fígado e os dois rins em procedimento no Hospital Montenegro
A família de um jovem falecido nessa quarta-feira, 12, em decorrência de um acidente de trânsito ocorrido na quinta-feira da semana passada, 6, decidiu doar os órgãos da vítima. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Montenegro, onde ocorreu o procedimento para a retirada do coração, rins e fígado.
A colisão ocorreu quando o rapaz de 21 anos e o irmão dele foram atravessar a BR-386 no quilômetro 416 da rodovia, localidade de Vendinha, em Montenegro, e o carro deles, um Peugeot 106, foi atingido por um Lancer. Na sequência, um Gol se envolveu na batida. Outras duas pessoas sofreram lesões leves.
Dois médicos cirurgiões da Santa Casa de Porto Alegre, Diego Cardoso e Mariana Brandão, vieram, em um helicóptero da Brigada Militar, captar o coração do doador. O voo do hangar da Corporação no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, até o campo de futebol da sede recreativa da Unimed Vale do Caí levou 18 minutos. O pouso foi às 11h47min e, apenas cinco minutos depois, o profissionais de saúde seguiram até o HM, onde ocorreu o procedimento. Os médicos retornaram à 14h03min e os quatro levantaram voo. O trajeto feito pelo ar foi fundamental, pois o coração dura, em média, apenas quatro horas. Outros profissionais vieram de carro da Santa Casa para retirada do fígado e dos rins.
O Batalhão de Aviação está acostumado a prestar este belo serviço de transportar vida para quem está na fila para um transplante. Desde o meio de maio, em helicópteros ou aviões, estiveram em várias cidades como Santa Maria, Santa Cruz, São Borja, Passo Fundo e até em Joinville, Santa Catarina.
O piloto do helicóptero, major Robson Emanuel Leite Camargo, e o copiloto, capitão Leandro Martins, destacaram se sentirem realizados por contribuírem, de forma decisiva, para salvar vidas. “É uma missão muito gratificante, sem dúvida. As melhores missões são essas, além das de salvamento na água e em montanhas”, frisa Robson. “A gente sabe que vai ter um resultado imediato”, completa Leandro.
Para ser um doador, basta conversar com sua família sobre o seu desejo e deixar claro que eles, seus familiares, devem autorizar a doação de órgãos. No Brasil, a doação de órgãos só é feita após a autorização familiar.