Ousadia. Aeronave roubado em Canela e abandonado em Triunfo poderia ser usado em resgate de presos
Por volta das 15h40min de sábado, um helicóptero da empresa Tri Táxi Aéreo, prefixo PT – HOJ, que havia sido roubado após decolar de Canela, foi encontrado entre Montenegro e Triunfo. A aeronave saiu da cidade serrana em direção a Porto Alegre, fretada por dois homens. Logo após, esses passageiros deram voz de assalto ao piloto Jéferson Rosa de Meneses e o guiaram até um sítio na localidade de Vendinha.
Os bandidos forçaram a aterrissagem em um campo aberto, dentro de um sítio. Em solo, um bando fortemente armado, inclusive com fuzis, aguardava o pouso. O funcionário da Tri contou à Brigada Militar que foi rendido, amarrado e teve a camisa retirada por uma pessoa mascarada.
Em seguida, todos os utensílios móveis da aeronave, incluindo o GPS, foram retirados. Um dos assaltantes assumiu o manche e realizou um sobrevôo. Antes ele fez perguntas técnicas sobre o helicóptero. Uma das perguntas, segundo relato do piloto aos policiais, foi se a aeronave suportava 150 quilos e mais quatro pessoas.
A vítima foi colocada em um Toyota Corolla e levada até Porto Alegre, onde foi liberada na região da Vila Dique. O Batalhão de Aviação da PM foi acionado e começou a passar informações na rede de rádio. O Pelotão Ambiental (Patram) de Montenegro fazia por terra operação na região e percebeu a passagem da aeronave, informando localização pelo rádio.
Em seguida, um helicóptero da Brigada e viaturas da 2ª Cia/ 5º BPM de Triunfo chegaram ao local. A presença dos policiais, possivelmente monitorada por rádio HT, espantou os criminosos, que ainda não haviam terminado de preparar a aeronave. As portas haviam sido arrancadas e cordas longas foram amarradas no interior.
Quem fretou a aeronave foi uma pessoa de nome Willian que estava em um veículo que ficou no aeroporto de Canela. A Polícia Civil investiga todas as hipóteses envolvendo o roubo. Inicialmente, é preciso identificar os dois homens que realizaram a ação de abordagem.
O passo seguinte da investigação é desvendar a possível participação de um piloto profissional no crime. O trabalho de perícia foi realizado até a madrugada de domingo e novas análises deverão ser realizadas na aeronave e no carro abandonado em Canela. O Departamento de Investigações Criminais (Deic) está à frente do trabalho.
Os agentes consideram improvável que a ousada ação tenha ocorrido sem a participação de alguém com conhecimentos, inclusive a respeito de locais para aterrissagem no Estado. A Polícia Civil acredita que é precipitado afirmar que o destino era o resgate de presos em Porto Alegre ou Região Metropolitana, mas a hipotése é considerada.