Réus são condenados pelo homicídio da pastora Marta Kunzler

JULGAMENTO teve mais de 12 horas de duração. Sentenças são de 24 e 28 anos de prisão

“Embora a relação da Marta e do Adair não estivesse bem, não esperávamos que pudesse chegar ao ponto de ocorrer um crime bárbaro como esse. Ficamos perplexos”. A fala de José Antenor Kunzler, irmão da pastora Marta Kunzler, expressa o que sentiu a família na noite de 14 de junho de 2017, quando informada da morte da religiosa. Nessa quarta-feira, dia 4, José e outros familiares da pastora vieram das cidades de Santa Maria e Tapera para assistir a sessão do júri dos três réus acusados pelo homicídio de sua irmã.

Depois de mais de 12 horas de duração, da sessão de júri popular iniciada por volta das 10h de quarta-feira, a expectativa dos familiares da pastora, pela condenação dos réus, se concretizou. Pouco depois da meia-noite dessa quinta-feira, dia 5, a juíza Débora Vissoni proferiu a sentença do trio.

A pastora Marta Kunzler foi assassinada no dia do próprio aniversário de 63 anos. Foto: Facebook

Rodrigo Nunes da Silva – que na época foi reconhecido como amante de Adair Bento da Silva, marido da vítima – e Igor de Azeredo Gomes foram condenados a 24 anos de prisão. O terceiro acusado, Juliano Jackson da Silva Gomes foi condenado a 28 anos de prisão. O trio estava preso desde o ano do crime, peíodo esse que será descontado da pena.

A investigação da Polícia Civil apontou Adair como mentor do crime. Ele também foi preso, mas acabou morrendo na penitenciária, devido a problemas respiratórios, antes de ir a julgamento. Adair tinha tuberculose e era soropositivo.

“Estamos satisfeitos com o resultado das sentenças”, diz José. “É muito triste para nós. Nossas orações sempre foram para que a justiça fosse feita”, diz Mara Kunzler, cunhada da pastora. O sentimento de satisfação da família é o mesmo da promotora Maristela Schneider. Para ela, a pena aplicada aos réus é adequada.

A defesa dos réus não se deu por satisfeita com a sentença proferida e interpôs recurso de apelação. O Ministério Público informou que, se for preciso, irá contrarrazoar.

Os réus são acusados de homicídio quadruplamente qualificado, com o agravante de ter sido praticado contra pessoa idosa. Os indícios apurados pela PC, indicam premeditação e crueldade além do normal. Conforme a promotora, as provas apontam que todos os réus participaram ativamente da execução da pastora.

Sobre o crime
Marta foi assassinada em casa, no bairro São Paulo, em Montenegro, na noite de seu aniversário de 63 anos. A primeira versão dada pelo marido, Adair, foi que a casa havia sido assaltada. A história apresentou divergências que instigaram a investigação.

Poucas horas após o crime a Polícia já contava com elementos que comprovavam inverdades no depoimento do viúvo. Logo foi solicitada sua prisão preventiva, mas, Adair acabou sendo solto. Contudo, depoimentos dos comparsas comprovaram que havia sido dele a ideia de tirar a vida da companheira com quem foi casado por 18 anos. A motivação para o crime seria financeira.

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