Retorno é marcado por saudade e desafios

Escolas retornam em Montenegro após longo período de ensino remoto

Após longo período de restrições, em que muitas escolas se mantiveram fechadas, nessa segunda-feira, 21, as instituições de ensino voltaram de portas abertas aos alunos e pais. Jaine Silva, diretora da Emef Adolfo Schüler, explica que 2022 alimenta muitas expectativas, onde se volta de uma pandemia de praticamente dois anos com ensino remoto. “Retornamos com o horário de quatro horas e com o recreio, mesmo que com restrições e as crianças sempre supervisionadas por um adulto”, salienta. Ela relembra que ao final de 2021 a escola voltou a atender presencialmente, mas nem todos os alunos retornaram. “O estudo domiciliar não é o mais indicado, por isso temos insistido para que os alunos voltem. Acreditamos muito no contato visual da escola com eles, o olho no olho. Isso faz com que a aprendizagem aconteça”, afirma.

Jaine adianta que a escola está com um projeto e previsão de reforço escolar com o objetivo de auxiliar na alfabetização das crianças. “Aconteceram defasagens em função dos recursos que não eram os mais adequados durante a pandemia. Acreditamos muito na possibilidade de buscar a aprendizagem contínua e restabelecer de novo a “ordem” dentro da educação. Acreditamos muito nas crianças”, ressalta. As amigas Vitória Giordana Correia, 10; Maria Alice Costa de Vargas, 9; Karoliny Martins de Lima, 10, e Natália Mello Oliveira, 10, chegaram ao primeiro dia de aula com muita vontade de conhecer novos alunos, professores e assuntos. Após um longo abraço entre elas, Natália destaca que a saudade estava grande. “Senti muita falta das minhas colegas, professoras e da escola também”, pontua. Maria Alice concorda com a amiga e comemora o retorno. “É muito bom estar de volta.”

Na Emef Walter Belian a animação foi a mesma. Pâmela Ignácio deixou o pequeno Marcos Vinícius Ignácio, 6, no primeiro dia de aula no ensino fundamental, seu primeiro ano depois da creche. Ela destaca que, por um lado, foi bom ter o filho em casa, mas por outro, a escola é essencial. “Eu estava tão apegada que nem queria deixar ele na sala, aí ele me acalmou e disse pra eu ficar tranquila, que estava tudo bem”, conta. Deise Kochenborger é a diretora da instituição e afirma que acima dos desafios, está o contentamento em ter os alunos de volta dentro das salas de aula. Ela relembra que a escola voltou a atender presencialmente em maio de 2021, porém, também com escala de alunos e horários reduzidos. “Nosso maior desafio é garantir que se sigam os protocolos tendo todo mundo aqui, porque a escola tem mais de 800 alunos e agora todos estão de volta. Com a convivência, algumas coisas vão afrouxando, mas com lembretes e insistência a gente consegue”, pontua.

O pequeno Marcos Vinícius Ignácio, 6, estava feliz e com grande expectativa durante as férias

Na Emef Ana Beatriz Lemos, apesar de calmo, o retorno foi muito esperado. A diretora Rosemere Rosa da Silva pontua que as expectativas são altas. “Este é um retorno diferente. Nos últimos anos não tivemos o primeiro dia de aula. Estávamos ansiosos por este recomeço”, salienta. Ela destaca concretizações da escola, como o término da obra da quadra de esportes, que poderá ser utilizada pelos alunos. A entrada para os pequenos abordou uma temática que será tratada na escola durante todo o ano letivo: reciclagem, projeto que faz parte da comunidade do bairro.

Ana Paula Roballo, mãe de Katarina, 4, esteve levando a pequena para o primeiro dia de aula na Emei Emma Ramos de Moraes. Ela relata a dificuldade durante a pandemia. “Nós, pais, não estávamos preparados, mas nos esforçamos. Não é a mesma coisa. Minha filha está eufórica. Disse pra mim que está feliz com a volta para a escola, porque agora vai ter trabalhinhos para fazer”, ressalta. A diretora Eliane Fernandes relembra que o desafio continua. “Fazer com que as crianças retornassem à escola e que os pais entendessem que a volta tem vários e diferentes protocolos não foi tarefa fácil. Por enquanto, não temos mais a escola que tínhamos. Temos muito cuidado no refeitório, pátio e salas de aula também”, conclui.

Umac pede solução para travessia da RSC-287
Airton Quadros é coordenador da União Montenegrina das Associações Comunitárias (Umac) e também presidente interino da Associação do bairro Panorama e, mais uma vez, junto dos demais membros, pede solução para a travessia da RSC-287. O problema é antigo e o órgão procura alguma melhora há pelo menos 14 anos, segundo Airton. Ele explica que a perigosa travessia preocupa cada vez mais os integrantes da Umac. “Iniciamos mais um ano letivo na mesma. Na imediação tem pelo menos as duas escolas do bairro Panorama e uma no Santo Antônio. As crianças precisam passar por lá todos os dias. Cada vez mais temos mães atravessando com seus filhos. É uma questão de segurança até mesmo para os idosos e trabalhadores no geral”, afirma. Além do tempo perdido para poder atravessar a rodovia, os jovens correm riscos pela alta velocidade dos veículos que percorrem nos dois sentidos da via. Airton diz que não é a primeira e nem a última ação da Umac. “Queremos melhorias. Estamos todos de olho no que acontece e no que não acontece”, conclui.

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