Regularização fundiária avança em Montenegro

Processo permite que famílias recebam escrituras dos terrenos onde estão seus imóveis

Avançando no projeto de regularização fundiária, moradores das localidades Bélgica, Raul Garcia, Atlanta, Gonçalves e Garcia e Flávio Schons estão sendo chamados para darem continuidade ao processo desenvolvido pelo Executivo montenegrino por meio de convênio com a Associação para o Desenvolvimento Habitacional Sustentável de Santa Catarina (Adehasc). Conforme os editais publicados, a regularização dos lotes previstos nas localidades citadas impactaria a vida de 270 pessoas.

Com o processo, as famílias, que detêm a posse e a propriedade de imóveis, contarão também com a matrícula de seus terrenos. Os proprietários ainda ganham acesso a serviços essenciais, como fornecimento de energia elétrica e água potável, coleta de lixo e número individual para a residência. Além disso, os imóveis se valorizam.

“Estamos animados sabendo que estão trabalhando pela regularização”, garante a doméstica Eva da Paz, 62 anos. Ela mora em um rua identificada pela Prefeitura apenas como “localidade denominada de Gonçalves e Garcia”, no bairro Senai. Apesar de contar com diversas casas, a via não tem iluminação pública, tubulação de esgoto ou rede de água da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). Moradores buscam soluções a esses serviços essenciais colocando lâmpadas em postes na frente das suas casas e usando água de poço.

Eva: “Vou me sentir dona do que é meu”

Segundo Eva, não ter a escritura do terreno onde fica a sua casa lhe deixa insegura. “Todos nós queremos (o documento) e esperamos que um dia a gente ganhe”, reforça a doméstica, que mora há sete anos no local. “Vou me sentir dona do que é meu”, comenta ao falar sobre como se sentiria possuindo a escritura.

Sentir-se dona do que lhe pertence é justamente a sensação que Maria Terezinha Lopes Cardoso, 64 anos, teve quando recebeu a escritura da casa onde mora, no bairro Aeroclube, em setembro do ano passado. “Fiquei bastante feliz. Sem a escritura, eu tinha uma insegurança”, conta a recicladora que reside há mais de 10 anos no bairro. “Me sinto bem. Gosto de morar aqui”, reforça.

Processo demanda estudos e planos de trabalho
Há meses, a Adehasc promove encontros com moradores de várias localidades, a fim de apresentar as propostas de trabalho e suas vantagens para todos aqueles que desejem regularização fundiária ágil, barata e legal. O processo de legitimação de matrículas está previsto na Lei Federal 13.465/2017.

A entidade se encarrega da elaboração e apresentação dos estudos e planos de trabalho nas áreas pré-definidas e que sejam da vontade das comunidades. “Todo o processo é acompanhado e fiscalizado pelo corpo técnico e especializado das secretarias de Habitação, Meio Ambiente e Planejamento, além da Procuradoria Geral do Município”, ressalta o secretário municipal de Habitação, Desenvolvimento Social e Cidadania, Luís Fernando Ferreira.

“O objetivo é legitimar documentalmente as propriedades inseridas dentro de núcleos urbanos diversos da nossa cidade, de maneira que, assim, as pessoas tenham tranquilidade futura acerca desses seus imóveis”, enfatiza o secretário. Com o título de propriedade, os moradores passam a ter segurança jurídica, podendo transmitir legalmente o imóvel aos seus sucessores.

Vale ressaltar que pessoas que iniciaram o processo e não receberam a matrícula devem procurar a SMHAD para que seja verificada a situação do procedimento administrativo. “Muitas vezes, há a necessidade de apresentação de mais documentos pessoais, por isso que o processo não tem prosseguimento”, explica a diretora de Habitação de Montenegro, Mainara Kuhn.

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