O Comitê de Dados do governo do Estado divulgou os índices de isolamento social no Rio Grande do Sul referentes as primeiras semanas de julho. Impulsionada pelas restrições da bandeira vermelha e também pelas condições climáticas – que tendem a reduzir mais a circulação de pessoas – a Região 8, que abarca Montenegro e maior parte do Vale do Caí, vem melhorado seus números.
Ela teve o pico de isolamento passando dos 55% na semana retrasada e na semana passada. Nesta última, a média semanal alcançada foi de 43,4% (40,3% nos dias úteis e 51% no final de semana). Foi a 6ª região com os melhores índices, ainda que com espaço para melhorar. A preconização da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que o isolamento adequado seja de 50%, no mínimo; com o ideal sendo de 70%.
O Comitê do Estado faz o levantamento desses dados a partir de informações de telefones celulares. A base utilizada é a da empresa InLoco, que calcula as taxas a partir de dados coletados de usuários por aplicativos parceiros – e o governo garante que não há acesso a dados particulares.
Com informação de 60 milhões de dispositivos em todo o Brasil – 1,5 milhão no RS – a InLoco tem acesso a localização dos aparelhos em polígonos com raio de 450 metros. Para medir a taxa de isolamento, a verificação feita mede o total de celulares dentro do polígono durante a noite e quantos saíram para outro polígono durante o dia, identificando longos deslocamentos e aglomerações.
“Dentre as fontes disponíveis, o índice da Inloco é o que apresenta maior série histórica e maior facilidade de uso, além de ter uma grande correlação com outras variáveis acompanhadas pelo Comitê de Dados”, destacou o governo, em nota explicativa sobre o estudo.
A nível nacional, os dados da segunda semana de julho recolocaram o Rio Grande do Sul no topo do ranking em termos de isolamento social no combate ao avanço do coronavírus. No período, entre os dias 5 e 11 de julho, chegou a 44,5% o índice de gaúchos que passaram a evitar aglomerações. O resultado é 1,5 ponto percentual acima do verificado na semana anterior e se aproximou um pouco mais do comportamento do início da pandemia com as medidas restritivas adotadas na metade de março. A média no Brasil ficou em 40,9%, em um comportamento estável ao registrado nos primeiros sete dias do mês.
O estudo desenvolvido pelo Comitê de Dados para o enfrentamento da Covid-19 mostrou, também, as consequências no número de contágio pelo vírus sempre que o índice de isolamento apresenta quedas. Nos períodos em que o nível ficou acima de 50% ocorreu uma estabilidade de casos novos de Covid-19. Essa curva se inverte no RS a partir de junho, quando o isolamento ficou abaixo dos 45% e os registros da doença subiram rapidamente.