Radar móvel diminuiu número de feridos e mortos em acidentes

PELA VIDA. Em 2017, PRF registrou queda de 3,5% no número de vítimas com lesões e 2,7% óbitos em acidentes

Para a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), o uso do radar móvel é importante para a redução de óbitos e feridos em decorrência de acidentes nas estradas federais. Conforme dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em 2017, houve diminuição de feridos e mortos por conta da utilização do equipamento, em especial, em feriados. A redução foi de 3,5% e 2,7%, respectivamente, em relação ao ano anterior.
Conforme a instituição, no período, foram preservadas cerca de 200 vidas. A determinação do Presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a suspensão dos controladores móveis de velocidade, publicada no Diário Oficial da União nessa quinta-feira, 15, ascende uma polêmica sobre o tema. Afinal, os equipamentos têm sido úteis para evitar os riscos do excesso de velocidade ou servem apenas para recolher dinheiro através de multas?
No Rio Grande do Sul, 22 radares móveis são usados nas rodovias federais. Os dispositivos são instalados de modo temporário em pontos das estradas onde estudos apontam índices altos de acidentes.

O coronel Edar Borges Machado é especialista em trânsito. Foto: arquivo Jornal Ibiá

Para o especialista em trânsito, coronel Edar Borges Machado, tirar de uso esse tipo de equipamento representa dar força ao infrator. Edar considera ilegítima a decisão do Presidente da República. “Se nós temos estatisticamente comprovado que a maioria dos acidentes, no Brasil, estão ancorados basicamente em cima de três elementos: excesso de velocidade, embriaguez ao volante e ultrapassagem indevida, abrir mão das ferramentas de contenção é, com certeza, enfraquecer a segurança do sistema de trânsito rodoviário. Entendo que não é legítimo”, reitera.

O aviso de que suspenderia o uso dos radares móveis foi dado por Jair Bolsonaro na terça-feira, 12, durante visita ao Rio Grande do Sul. Na ocasião em que esteve em Rio Grande, conferindo as obras da BR-116, ele disse ainda que o uso dos equipamentos de controle móvel de velocidade sustentam a “indústria da multa”.

Para Edar Borges, se existe uma indústria da multa, acabar com ela é fácil. “Se temos uma indústria da multa, como diz o Presidente da República, é muito fácil de combater. É só não cometer infração. Como especialista na área de trânsito, posso afirmar que o radar é um elemento muito importante que a polícia usa para conter os excessos. Vejo essa medida como perigosa para o aumento dos índices de violência no trânsito ”, sublinha. “Quanto maior a velocidade no acidente de trânsito, maior será a gravidade nos ferimentos”, acrescenta.

O que diz a determinação
O presidente determina que os policiais suspendam o uso de equipamentos medidores de velocidade estáticos, móveis e portáteis até que o Ministério da Infraestrutura conclua a reavaliação da regulamentação dos procedimentos de fiscalização eletrônica de velocidade em vias públicas. Nesta determinação, não são citados os controladores fixos de velocidade, mais conhecidos como pardais e lombadas eletrônicas.

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