Queima de lixo e mata aumenta em 85% os incêndios em Montenegro

FEVEREIRO registrou crescimento de 45% nas ocorrências na comparação com o mês anterior

Foto: Corpo de Bombeiros de Montenegro

O Corpo de Bombeiros de Montenegro registrou aumento no número de ocorrências relacionadas a fogo em lixo e vegetação. Na comparação dos dois primeiros meses de 2020, fevereiro, mesmo tendo dois dias a menos que janeiro, registrou aumento de 45% de casos na região sendo que, se considerar apenas Montenegro, o aumento é de 85%. A falta de chuva aliada ao descuido da população são apontadas como causas principais dos sinistros.

Segundo o comandante da corporação – que também responde pelos bombeiros do município de Taquari – tenente Glaiton Silva Contreira, no primeiro mês do ano foram atendidas 20 ocorrências de queima de lixo ou de vegetação. Já em fevereiro, o número subiu para 29. Grande parte do registros, cerca de 85%, ocorreram na área urbana de Montenegro, junto às rodovias.

Segundo levantamento mensal realizado pelo escritório municipal da ASCAR/RS – Emater Montenegro, em Montenegro, choveu 140 mm em janeiro, em fevereiro foram 74 mm. O comandante pede cuidado à população, pois, em períodos de estiagem, há maior risco das chamas se espalharem causando grandes estragos. “Temos um período de menor incidência de chuvas o que deixa a vegetação mais ressecada e mais propensa a espalhar o fogo”, explica.

Tenente Glaiton Silva Contreira, comandante das corporações de Montenegro e Taquari. Foto: Corpo de Bombeiros de Montenegro

“É necessário cuidados como manter a vegetação ao redor das casas bem aparada, evitar acúmulo de lixo e restos de móveis, que às vezes as pessoas colocam de maneira irregular próximo as rodovias, ou descartam em terrenos baldios”, orienta Contreira. As recomendações se aplicam aos moradores da parte urbana e também da rural. A chamada “queima controlada” é outra causa de sinistros recorrentes, principalmente no interior. “É uma forma fácil e barata de limpar um terreno, mas que torna-se perigosa”, salienta.

O comandante destaca que cada vez que a guarnição se desloca para atender ocorrências dessa natureza, a cidade fica parcialmente desprotegida para atendimentos como salvamentos de pessoas acidentadas, incêndios em residências e comércios, entre outros. “Já aconteceu há um tempo. Estávamos atendendo uma ocorrência, com toda a guarnição no interior de Montenegro, e deu um incêndio em um restaurante no Centro da cidade. Foi adotada uma dinâmica diferente para que pudéssemos atender, mas dificultou bastante”, conta.

Com apenas uma guarnição atuando por dia, composta por quatro bombeiros, se torna difícil atender mais de um incêndio na mesma hora. “O deslocamento de vários quilômetros, entre ida e volta, e mais o tempo de combate deixa a cidade desguarnecida”, afirma o comandante.

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