Sem manutenção, prédio apresenta infiltrações e vidros quebrados. Estado garante que notificará entidade responsável
Por sorte, ninguém passava pelo local quando, na noite de sábado, dia 15, um pedaço de concreto se soltou da marquise do prédio do Sine Montenegro e caiu. Não foi um pedaço grande – ele tinha cerca de 25 centímetros de comprimento e era estreito – mas um ponto próximo já apresenta rachaduras e, para evitar riscos, um trecho da calçada foi interditado até o reparo. A coordenação do Sine estima que isso seja feito em até dez dias.
O coordenador da agência, Roque da Rocha, conta que foi um servidor da Prefeitura que o avisou do ocorrido já no sábado. Segundo ele, apesar de o prédio não ser de responsabilidade do município, também é papel do poder público municipal fiscalizar e cobrar os cuidados. A queda do concreto deu-se em função do recente período de chuvas, que agravou a situação da estrutura, onde o cimento já estava podre. “No sábado, eu vim, a área foi protegida e nós abrimos um processo de reparo via Estado”, conta Roque.
Além da situação pontual, a falta de manutenção dentro do prédio do Sine é clara e preocupante. Já há anos, o prédio tem vidros do segundo andar quebrados e está cheio de infiltrações. As paredes são pretas de umidade e frequentemente verte água do forro. Baldes e papelões precisam ser espalhados por toda a edificação para aparar a água que cai. É assim que fica a agência em períodos de muita chuva.
A estrutura foi construída há cerca de 50 anos e pertence ao Governo do Estado. Hoje, ele está cedido – em um contrato que vai até 2021 – à Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), que faz funcionar o Sine. Cabe a esta entidade a manutenção e a conservação do prédio, bem como as obras e as benfeitorias necessárias.
Contatado pela reportagem, o governo estadual – por meio da Secretaria da Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos – disse que irá vistoriar a agência ainda nesta semana e notificará a Fundação por não cumprir as regras de cuidados.
A direção do FGTAS, por sua vez, reforçou que os atendimentos não estão prejudicados e disse que já abriu um processo administrativo solicitando um “laudo de estabilidade técnica” do local onde caiu o pedaço de concreto. Ela não se posicionou sobre os outros problemas apresentados na edificação.