Número de casos chama a atenção, já foram sete desde o ano passado
Quatro cachorros foram mortos envenenados entre a noite de quarta-feira, 11, e a manhã de quinta-feira, 12, no bairro Ferroviário, em Montenegro. Ocorreram dois casos em duas casas diferentes na rua Espírito Santo e outros dois, na mesma residência, na Travessa Antônio Machado Fragoso. Desde o ano passado, já foram sete registros como esse, segundo moradores.
Um dos animais assassinados foi a pinscher Jady, de apenas três anos. O técnico em mecânica Marcos Aldair, 43 anos, a esposa dele, a agente comunitária Maria Denise Tavares, 41, e os filhos do casal Marcos, 16, e Fernanda, 4, estão desolados com a perda repentina. “Era um bichinho que não latia à noite, era bem tranquila, não incomodava ninguém”, comenta o marido, sem achar explicação para tamanha crueldade. O fato foi registrado pelas vítimas na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA).
Marcos Aldair ouviu um grunhido de Lady, definido por ele como “um latido desesperado”, aproximadamente às 21h de quarta-feira. Em seguida, ela foi até a área em frente à casa e, com uma espuma amarelada na boca, começou a convulsionar. “Pensei que pudesse ter sido picada de uma cobra ou de algum outro animal. Fui até a frente de casa com a luz do celular, mas não encontrei nada”, lembra. Pouco tempo depois, a cadela levantou aparentando ter melhorado, foi até a frente do pátio, mas voltou a passar mal. A família chegou a levar Jady para atendimento em um consultório veterinário, mas a cadelinha não resistiu.
Maria Denise, além de indignada, mostra preocupação especial com a filha Fernanda. Muito apegada ao animal, a menina ainda não sabia da morte dela na tarde de quinta-feira. Também cobra providências das autoridades. “Quantos cachorros esta pessoa ainda vai matar até que seja feita alguma coisa? A minha pequena só chora, não comeu nada, nem foi para a escola”, conta. Ela acredita que o criminoso ou criminosa tenha colocado o veneno em um “bolinho” de cara ou em um pedaço de salsichão. Contudo, nenhum resto de alimento foi encontrado por ela. A mãe também não suspeita de quem seja o responsável pelas mortes.
O mecânico João Batista de Vargas Moura, 52, viveu o mesmo drama. No ano passado, perdeu dois animais envenenados. Depois dos últimos episódios, a preocupação é com Tomaz, o cachorro da família. “Tem que dar um jeito nisso. É um absurdo. Até amarrei o meu nos fundos de casa. Deus me livre acontecer o mesmo com o nosso”, afirma.
Veterinária atesta a morte por envenenamento
A veterinária Mirene Machado foi a responsável pelo atendimento de Jady. Com 31 anos de formada, ela não tem dúvida sobre a causa da morte. O socorro ocorreu por volta das 22h de quarta-feira. “A cadelinha estava com bastante convulsão, com muita salivação, já sem equilíbrio, não conseguia ficar de pé. O quadro todo era de uma intoxicação ou por estricnina, ou por um veneno que se usa para animais peçonhentos, que também poderia dar esse tipo de sintoma. Pela minha experiência, a única causa é realmente o envenenamento”, comenta.