Condenados. Quadrilha roubou posto de combustível e tentou alvejar policiais em 2015 durante a fuga pelo Centro
Os quatro homens que roubaram o posto de combustíveis Central Park, localizado na rua Buarque de Macedo, na madrugada do dia 6 de outubro de 2015, e que na fuga trocaram tiros com policiais militares, foram condenados pela Justiça. O julgamento, realizado no Tribunal do Júri da Vara Criminal do Fórum de Montenegro e encerrado somente na noite de terça-feira, sentenciou os quatro a penas entre 26 e 28 anos de reclusão em regime fechado.A defesa dos denunciados se antecipou e informa que irá recorrer para tentar atenuar a punição. Eles estavam recolhidos ao sistema penitenciário desde a captura em flagrante pela Brigada Militar no mesmo dia do fato e agora irão continuar no mesmo local.
Mauricio Teixeira Goulart foi condenado a 28 anos e quatro meses, enquanto Guilherme Porto Nunes pegou 26 anos e três meses. Já Vagner Augusto Santos recebeu dos jurados uma pena de 27 anos, assim como Jeferson Porto Nunes. As sentenças levam em conta os delitos de roubo majorado, associação criminosa e tentativa de homicídio contra dois policiais da Brigada Militar — os soldados Finkler e Berg (que atualmente trabalha no Presídio Central, em Porto Alegre).
Mauricio e Guilherme receberam condenação também pelo delito de receptação. Por fim,Guilherme, teve a pena total elevada por ter sido levado em conta o porte ilegal de arma de fogo.Ainda lotado no 5° BPM, o soldado Felipe Finkler, 30 anos, deu o depoimento durante o júri e ontem pela manhã conversou com o Ibiá, relembrando os fatos e fazendo uma avaliação do julgamento. Para ele, o júri foi justo ao aplicar uma pena “bem posta” e “razoável” pelos crimes praticados naquela época.
Ele afirma que anteriormente o grupo já havia praticado outros roubos na região, inclusive atualmente cumpria pena por outro roubo a um revendedor de combustível. Nesse caso, o alvo foi o posto Nossa Senhora da Estrada, localizado na RSC-287, em Montenegro. Naquela oportunidade, uma funcionária do restaurante foi ameaçada com uma arma para que o dinheiro fosse entregue.
O soldado recorda que no roubo ao Central Park estava em patrulhamento de rotina na região central, com o colega soldado Berg, quando ficaram sabendo pelo rádiocomunicador do assalto. Imediatamente foram em direção ao local da ocorrência, optando por fazer o deslocamento pela RSC-287, justamente pela possibilidade de cruzar com o bando, o que ocorreu nas proximidades da rua Ramiro Barcelos.
Em fuga, o grupo atirou contra a guarnição pela primeira vez nas proximidades da lombada eletrônica, junto à Renauto. Em seguida, a quadrilha acessou a rua Apolinário de Moraes. Na esquina com a Santo Antônio houve novo tiroteio em direção aos PMs, sem revide dos brigadianos. “Não podíamos atirar, porque tinha muito trânsito”, explica Finkler.
Somente na rua Santos Dumont é que foi possível o confronto e a abordagem aos quatro homens, que talvez tentassem fugir em direção ao Morro São João. “Foi a minha primeira ocorrência com tiroteio em que participei. Antes tinha passado por algo parecido, em Pareci Novo, onde chegamos dois minutos depois da Brigada Militar trocar tiros com os vagabundos”, recorda o PM, que é natural de Montenegro e que neste ano completa cinco anos nos quadros da corporação policial.
Relembre o caso
De acordo com reportagem do Jornal Ibiá, no dia 7 de outubro de 2015 quatro integrantes de uma quadrilha que vinha praticando crimes no Vale do Caí e na Serra Gaúcha foram presos na madrugada, em Montenegro. Tripulando um Peugeot 307 preto com placas IMW-6749 de São Leopoldo, o bando, que vinha do bairro Centenário e seguia em direção ao Cinco de Maio, efetuou disparos contra a viatura ao perceber que estava sendo seguido.
Buscando fugir dos policiais, os bandidos entraram na cidade pela rua Coronel Apolinário de Moraes e, após passar pela sinaleira fechada no cruzamento com a rua Santo Antônio, eles dobraram à direita na Santos Dumont, subindo em direção ao Morro São João. Com os suspeitos foram apreendidos um revólver calibre 38, uma pistola 7.65mm, munição para as duas armas, R$ 2.569,00, sendo R$ 95,00 em moedas, 10 gramas de maconha, diversas joias — entre elas um par de alianças douradas com a inscrição do nome do casal e que já foram restituídas.