Quanto maior a idade, menor o risco de não pagar

Pesquisa realizada pelo Serasa revela maior risco de inadimplência entre consumidores com até 24 anos de idade

Levantamento realizado pelo Serasa Experian mostra o perfil do consumidor brasileiro e confirma que a experiência de vida reflete na forma de lidar com o orçamento pessoal. O estudo indica que a maioria das pessoas acima dos 60 anos – 54% – têm baixo risco de ficar inadimplente. No outro extremo, aparecem os jovens com até 24 anos, faixa em que aparece o percentual mais elevado para inadimplência. Entre esses consumidores 32% apresentam alto risco de não pagarem seus débitos.

Tiago Feron, presidente da CDL

Em sua análise, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Tiago Feron, observa a grande incidência de aposentados e pensionistas com renda estável, além de maior conhecimento de vida. Essa experiência reflete no trato com seu orçamento. “Algo que os mais jovens, majoritariamente, ainda não possuem na sua plenitude”, acrescenta.

Para ele, o estudo do Serasa vai ao encontro do que mostra a estrutura do desemprego brasileiro. “Os últimos dados da Pesquisa Mensal de Emprego estão desatualizados por descontinuidade da pesquisa por parte do IBGE. Mesmo assim, são esclarecedores”, observa. Feron menciona dados de fevereiro do ano passado, quando a taxa de desocupação das pessoas ente 18 e 24 anos era de 17%, enquanto para aqueles com 50 anos ou mais ficou em apenas 3,01%. “Esta diferença é histórica ao longo das últimas décadas e explica a maior propensão dos jovens à inadimplência, pela sua instabilidade de empregabilidade, coisa muito mais branda nas faixas etárias superiores”, opina.

Na divisão por região, o estudo mostra ainda que no Sul há o menor índice de risco para a inadimplência, 27,3%, enquanto o Norte lidera com 43,2%. O presidente da CDL atribui essa diferença ao mercado de trabalho, que é mais favorável na região Sul. Ele menciona que a taxa de desocupação dos jovens na faixa de 18 a 24 anos era de 13,26%, enquanto que a média nacional chegava a 17,81%, e de 2,3% para os maiores de 50 anos.

O estudo teve como base o Serasa Score, ferramenta que indica, por meio de uma pontuação de 0 a 1000, qual a chance dos consumidores pagarem suas contas em dia nos próximos 12 meses. Até 300 pontos, há alto risco de inadimplência; médio risco entre 300 e 700 e baixo risco para quem acumula pontuação acima de 700 pontos.

RISCO DE INADIMPLÊNCIA/REGIÃO

A gente pensa mais no que pode acontecer”, diz Odete
A presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Montenegro (Apopesmont), Odete de Moura Viegas, 66 anos, reforça a influência da experiência de vida das pessoas acima de 60 anos na forma de administrar suas finanças pessoais. “A gente pensa mais no que pode acontecer, que pode adoecer e aí tem gastos com remédios”, exemplifica.

Odete de Moura Viegas, presidente da Associação dos Aposentados FOTO: ARQUIVO DO JORNAL IBIÁ

Odete observa ainda que essa experiência acumulada ao longo dos anos leva o idoso a ser mais cauteloso, enquanto o jovem é mais impulsivo. Em sua avaliação, ela menciona ainda a influência da redução do poder aquisitivo dos aposentados e pensionistas nos últimos anos, desde a desvinculação dos benefícios do salário mínimo, na década de 90.

“Com isso, os reajustes são cada vez menores e o aposentado ganha cada vez menos”, analisa, referindo-se ao poder de compra dos benefícios. Odete menciona que essa situação, somada aos problemas políticos e econômicos do país, gera insegurança aos aposentados e pensionistas. “Essa insegurança aumenta ainda mais a cautela já característica das pessoas mais experientes”, aponta.

RISCO DE INADIMPLÊNCIA/IDADE

Você está comprando por impulso se:
Levar uma quantidade exagerada, maior que a necessária ou programada.
Não pesquisar antes o preço e as condições de pagamento.
Não negociar.
Não tiver coragem de dizer “não” ao vendedor.
Decidir rápido, sem pensar nas consequências.
Não avaliar concretamente se poderá pagar.

Como evitar comprar por impulso?
Tenha consciência do que te faz cair nas “armadilhas de consumo” (hábitos e itens que mais gosta de comprar, por exemplo) e fuja delas.

Antes de qualquer compra, pergunte-se: “eu realmente preciso disso?”

Reserve previamente um valor do orçamento para gastar com itens de desejo.

Prefira pagar em dinheiro, em vez de usar cheque ou cartão de crédito.

Guarde todos os cupons fiscais e, no final do dia, anote tudo o que gastou. Esse é o melhor jeito de conhecer suas despesas variáveis.

Conheça seu verdadeiro padrão de vida e viva de acordo com ele.

Planeje sua ascensão econômica e social por meio do estudo, do trabalho e da criação de novas fontes de renda.

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