Em assembleia realizada nessa sexta-feira, 29, o sindicato dos professores municipais formalizou a rejeição das duas propostas feitas pela Prefeitura na tentativa de resolver o dilema da reposição salarial do magistério. Desde o início do ano, os educadores cobram receber a variação do piso nacional, de 33,24%, mas a Administração alega que conceder o percentual linearmente colocaria o Município no limite do teto de gastos com pessoal.
Ainda em março, foi alternativa oferecida a desvinculação do nível 1 do plano de carreira do magistério – onde estão os professores ganhando abaixo do piso – para conceder os 33,24% só a eles; dando aos demais a variação da inflação de 2021, em 10,06%. Apontando desvalorização e um possível achatamento do plano de carreira, os educadores protestaram e o governo recuou. Retirou o projeto de desvinculação, criando um grupo de trabalho junto aos professores e o Legislativo para buscar novas propostas. Foram as rejeitadas pela categoria, agora.
Na prática, ambas chegam ao mesmo resultado que gerou as manifestações de março. Concedem a variação do piso nacional só aos que ainda estão recebendo abaixo do piso – profissionais em início de carreira e sem Ensino Superior – e mantêm os demais professores com o reajuste já concedido de 10,06%. A diferença é que, para isso, uma dinstingue o salário base do nível 1 do salário base dos demais níveis; e outra substitui os coeficientes sobre os quais o salário base é multiplicado, definindo valores fixos, em R$, para cada nível e classe.
Para além disso, foi ofertado um reajuste na casa de 2%; o que também frustrou os professores. “Foi um balde de água fria, mas a gente sabe que vai poder negociar porque o prefeito nos deu a palavra”, comenta a presidente do Sinpedu, o sindicato dos professores, Lucied Proença. O sindicato está agendando reunião com vereadores sobre o assunto; e vai aguardar o retorno do prefeito Gustavo Zanatta de Brasília, na próxima semana, para retomar a pauta junto ao grupo de trabalho com a presença dele. Uma das alternativas defendidas pela entidade para a concessão da variação do piso nacional a todos passa por redução de carga horária dos professores e da diminuição do quoeficiente entre o nível 1 e o nível 2.
Questionada, a Administração Municipal informou que ainda não comentará o assunto enquanto a situação não está definida. O governo não determinou prazo limite para encerrar as negociações.