Projeto Social distribui 100 quentinhas por semana para os necessitados

PADRINHOS são aceitos para ajudar nos custos e na produção dos alimentos

Amor, carinho, empatia e muito cuidado. Estes são os principais ingredientes utilizados nas receitas deliciosas de um grupo muito esforçado que faz quentinhas e entrega aos mais vulneráveis em Montenegro. Com ajuda de muitas mãos e cada vez chamando mais a comunidade para participar da ação solidária, o Projeto Social Catedral São João Batista é exemplo de que o mundo ainda tem muitas pessoas esbanjando vontade de ajudar quem mais necessita.

O montenegrino Ângelo Luigi Paties é responsável por dar o pontapé inicial nesta campanha que tem cronograma muito bem definido para seguir funcionando com excelência. Ele traz a experiência de trabalhar com a elaboração de quentinhas para doação em uma paróquia no bairro Restinga, em Porto Alegre, onde atendia majoritariamente crianças e moradores de rua.

Foi pensando no considerável número de pessoas que em Montenegro não têm condição de colocar sequer uma refeição por dia na mesa que Ângelo deu os primeiros passos na cidade em 2023. Participante do Movimento do Cursilho de Cristandade, ele lançou a ideia ao grupo, que aceitou com entusiasmo a iniciativa.

Saladas são essenciais para quem almoça na Cáritas

Inicialmente, a ideia era que uma vez por mês, algum membro ficaria responsável por comprar os ingredientes e fazer as quentinhas para entrega. Ele conta que o início foi bem improvisado, quando, por conta, comprava os ingredientes e fazia 50 quentinhas na sua própria casa. Após, levava tudo pronto para entrega no Cáritas. “Elas gostaram da ideia e perguntaram se eu não queria cozinhar lá. Na próxima semana eu fui e comecei”.

Neste momento, a produção já aumentou para cerca de 80 refeições. Foi então que surgiu uma grande parceria, que segue firme até hoje com muito comprometimento. Através do recebimento de doações, foi possível adquirir um fogão industrial e uma panela de pressão industrial, o que facilita e qualifica mais ainda o trabalho do grupo.

Com o tempo, as quentinhas se destacaram, virando um projeto da Catedral. Atualmente, cerca de 100 quentinhas são feitas e entregues todas as terças-feiras, principalmente para pessoas já atendidas pelo Cáritas. “A ideia do projeto é fazer uma comida boa, saudável e com um custo acessível”, ressalta Ângelo, que é chamado pelo grupo de “cheff”, já que, com sua experiência, repassa práticas valiosas para os colegas de cozinha.

Equipe de uma das terças-feiras pronta para saborear a comida que prapararam

Ele conta que hoje buscam por “padrinhos”. Este é o nome carinhosamente dado à pessoa (seja ela da comunidade ou empresa que deseja auxiliar) que “abraça” ao seu cardápio pré estabelecido e, além de comprar os itens para a receita, se prontifica a auxiliar na produção das quentinhas. “São 53 semanas no ano, então cada padrinho é responsável por aquela terça da semana efetuar as compras, ajudar a cozinhar, se integrar ao grupo, aprender bastante e também almoçar com a gente. O segredo é que a pessoa que está sendo o padrinho da semana saiba o que está fazendo, saiba o gosto e o valor que tem para poder transmitir isso para as pessoas que ele vai doar”, enfatiza Ângelo. Hoje, o projeto conta com 46 padrinhos.

Quem tiver interesse em se apadrinhar podem procurar a Secretaria Paroquial, Cáritas (51 9 8437-0817) ou o próprio Angelo Paties (519 9986-7332). Também há o PIX para quem quer contribuir com doações em dinheiro. A chave é: [email protected].

Fazer o bem sem olhar a quem
Egon Lauro Gewehr participa do projeto social desde o seu início. Segundo ele, a maior motivação é fazer o bem a quem necessita. “Pessoas menos assistidas precisam de ajuda, precisam daquilo que a gente sabe fazer e por isso precisamos fazer alguma coisa, todo mundo. Cozinhar nas terças-feiras para as pessoas que tem fome é o que eu faço”, analisa. Ele conta que tem muito apreço por crianças com dificuldades e que ajudá-las com o projeto é gratificante. “Além do convívio social que temos enquanto cozinhamos ainda tem esse sentimento de saber que é para uma ação benéfica para as pessoas. É muito bom, vale a pena”, afirma.

Beloni Nunes Juliano é a coordenadora da Cáritas. Ela relembra que no início, quando Ângelo entrou em contato para firmar a parceria e produzir as quentinhas, ao contar sua história, a Cáritas logo se interessou justamente por já ser um sonho antigo da instituição. “A intenção era fazer a ação uma vez por mês. Fizemos a primeira, a segunda e vimos que dava para ser uma vez por semana e até hoje está dando muito certo”, relembra.

Todas as etapas da produção são realizadas em equipe

Ela conta que há diversos voluntários que trabalham com o projeto até mesmo durante as férias, em Janeiro e Fevereiro, por isso, as quentinhas continuam sendo distribuídas neste período. “É muito gratificante. Isso ajuda até mesmo pessoas que já são atendidas buscando roupa e rancho, por exemplo. É muita coisa boa”, diz.

Tanto para ela quanto para todos os padrinhos e envolvidos no projeto, o sonho é a cozinha industrial com refeitório e segundo Ângelo, o desejo é conseguir esta conquista até 2025. Com o feito, pessoas beneficiadas poderão se servir no local e se alimentar sentados no refeitório, o que por enquanto não é possível. Na hora da distribuição, cada pessoa ganha sua marmita com uma colher e se alimenta onde pode. Com ajuda da comunidade em geral, cada vez mais o projeto pode alcançar mais pessoas vulneráveis e com melhorias em seu atendimento.

Pessoas beneficiadas aguardam em frente à Cáritas para receber sua quentinha

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