Vereador Cristiano Braatz (MDB) apresenta projeto a favor do meio ambiente
Foi apresentado pelo vereador Cristiano Braatz, na última terça-feira (29), o projeto de Lei que visa proibir o fornecimento de canudos e copos de material plástico comum em Montenegro. A lei, caso seja aprovada, aplica-se igualmente a eventos culturais, esportivos e religiosos esporádicos, festas abertas ao público, bem como aos vendedores ambulantes e aos órgãos públicos municipais.
Segundo o texto, em substituição aos canudos e copos descartáveis, deverão ser fornecidos ítens reutilizáveis ou fabricados com produtos biodegradáveis, comestíveis ou recicláveis. O infrator da Lei estará sujeito a advertência por escrito e multa no valor de 300 URMs (Unidade de Referência Mensal), que soma R$ 1.005,00, aplicada em dobro no caso de reincidência. A lei, se for aprovada, entrará em vigor após decorridos 180 dias de sua publicação oficial, para dar tempo aos comerciantes de se adaptarem.
O vereador explica que a substituição dos canudos e copos plásticos é medida extremamente necessária, visto que o material é um dos principais meios de degradação do meio ambiente. “A questão é que o polipropileno e o poliestireno, materiais dos quais geralmente são feitos os canudos, não são biodegradáveis. Quando descartados, tendem a ficar no ambiente, gerando o entupimento de acessos de escoamento de águas pluviais e desintegrando em pedaços menores, acabam engolidos por animais”, esclarece.
Os modelos tradicionais de canudos e copos descartáveis utilizados no comércio e nos órgãos públicos são confeccionados com plástico comum, que leva em média 110 anos para se degradar. “Os biodegradáveis demoram, no máximo, dois anos e meio para se decompor. Portanto, a substituição deste material irá colaborar de maneira considerável com a preservação do meio ambiente”, completa o vereador.
Empresários acreditam que haverá impacto nos preços
Um dos sócios da Casa da Esquina, Eduardo Angos, conta que já não usam mais canudos no estabelecimento, mas lamenta a utilização de copos plásticos. “Quando tiramos os canudos, as pessoas ainda pediam, mas depois se acostumaram. Usamos muito os copos e além do desperdício que eles causam, o valor é um absurdo”, explica.
No restaurante e pub Na Ramiro, o uso de canudos é mínimo e o de copos é nulo. “Tentamos não usar os canudos, mas eventualmente é necessário para alguns drinks. As bebidas são servidas em copos de vidro”, explica o proprietário Marcelo Silva.
Apesar dos benefícios ao meio ambiente, o uso das versões biodegradáveis dos produtos pode ter um custo adicional. Marcelo Bastos, dono do Tchê Café, explica que os preços tendem a aumentar com o projeto. “A princípio, não quero usar até virar lei, levando em consideração o provável aumento no preço dos produtos”, avisa.
A proprietária do Café Kraffer, Janete Krantz, diz que os clientes utilizam os canudos quando levam os produtos pra rua, mas acredita que é uma mudança que vem para o bem. “É uma modificação viável e o público também se conscientiza”, acrescenta.
O que pensa a comunidade montenegrina sobre a ideia?
A população brasileira vem adotando a conscientização ambiental nos últimos anos, muito popularizada em campanhas de redes sociais, visando a saúde de animais marinhos. Em algumas cidades do país, o uso de canudos plásticos já é proibido por lei. Em Montenegro, a utilização desse material diminuiu nos últimos tempos, mas ainda não foi totalmente abolida.
Enquanto os proprietários de estabelecimentos precisam levar em consideração os preços além dos benefícios ecológicos, os consumidores julgam que a utilização das versões biodegradáveis é muito mais válida. “A substituição seria uma boa solução, não é algo tão impactante e é um bom começo para a melhor preservação do meio ambiente”, afirma Rafael Lopes, estudante de Engenharia de Produção.
Lucas Jaschek, jovem aprendiz, acredita na praticidade do consumo que o copo descartável proporciona, mas migraria para a versão ecológica. “Não vou me importar de deixar de usá-los uma vez que a lei for aprovada, considerando os estudos já feitos na área”, completa.
Vicenzo Hartmann, que atua no setor de suporte técnico, acredita que a indústria caiu num comodismo de produção ao longo do tempo e, consequentemente, a população também. “Acho que já temos alternativas melhores e que prejudicam menos o meio ambiente”, explica.
A estudante Gabriela Rosa Bohn concorda. “Se for proibido, todos vão se acostumar rapidamente. Não tem por que não mudar”, define.
IMPORTANTE
Para que a lei entre em vigor, primeiro, ela deve ser aprovada pela maioria, no caso, seis dos dez vereadores. Não há definição de quando isso ocorrerá. Depois, o texto será submetido ao prefeito, que terá de vetar o texto ou sancionar a lei. Em caso de veto, a matéria volta à Câmara para nova análise.