O prefeito Gustavo Zanatta retirou da Câmara o projeto que abria crédito especial pra aquisição do Parque Tio Manduca. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa do Legislativo logo no início da manhã desta terça-feira, 8, após reunião do chefe do Executivo com vereadores. A compra do Parque Tio Manduca era avaliada em R$ 1,5 milhão; e dada para transformar o local num novo espaço oficial para rodeios e demais eventos tradicionalistas. Porém, desde o seu anúncio, vinha enfrentando críticas, especialmente quanto ao preço e o fato de o local ser inundável pelas enchentes do Rio Caí.
A Administração Municipal se manifestou sobre a decisão só no fim da manhã. Em texto divulgado, disse que ela foi tomada após encontro com representantes de entidades tradicionalistas na segunda-feira à noite. Segundo a Prefeitura, eles eram os autores do pedido para a aquisição da área; e estavam preocupados com a possibilidade de rejeição da matéria, se ela fosse à votação. Isso impediria que o projeto fosse ser reapresentado ao longo do ano.
“Ir ao encontro das vozes de nossa comunidade, saber ouvir e voltar atrás se necessário em decisões que imaginávamos que iriam melhorar a qualidade de vida de um segmento tão importante em nossa cultura, como o dos tradicionalistas, é o que fazemos agora”, declarou o prefeito Gustavo Zanatta. Devem ser buscadas outras opções de local. “Os tradicionalistas sabem que a cancha existente no Parque Centenário precisa ser removida. O processo de reformulação do ambiente prevê outras estruturas no local”, finaliza o material.
Questionada pelo Jornal Ibiá na semana passada, quando o projeto ainda estava tramitando, a Administração Municipal respondeu que, dos 196.600 metros quadrados da área do Parque Tio Manduca, 70.815 correspondem à área de preservação permanente; restando 125.785 metros quadrados para uso. “Neste espaço, há cerca de 1.200 metros quadrados de área construída, basicamente galpões, perfeitamente aproveitáveis para eventos como rodeios”, adicionou.
Sobre o valor, um dos pontos mais questionados, o governo respondeu à reportagem que uma arquiteta, servidora do Município, fez a avaliação da área para a definição do valor de compra usando o método de inferência estatística. “Neste modelo, são consideradas inúmeras variáveis, como tamanho, drenagem, acesso, pavimentação, distância da região central e benfeitorias. O processo levou em consideração a NBR 14653, em que são determinados todas as metodologias e parametrizações utilizadas nos laudos e pareceres de avaliação mercadológica de imóveis”, colocou.