Profissionais se desdobram para minimizar o calorão

Temperatura deve começar a diminuir somente na quinta-feira em todo o Estado

As temperaturas – extremamente – elevadas já se arrastam há duas semanas no Rio Grande do Sul. As máximas registradas em Montenegro chegaram a quase 40°C nos últimos sete dias, e a sensação térmica chegou a 46°C em algumas tardes. O calorão é sentido por todos, mas alguns profissionais têm ainda mais dificuldade para suportar o calor intenso.

Esta quarta-feira, 26, deve ser o último dia, pelo menos do mês de janeiro, com temperaturas próximas dos 40°C no Estado. De acordo com o Climatempo, site especializado em meteorologia, a aproximação de uma frente fria vai provocar mudanças na temperatura dos próximos dias. Há risco de temporal e previsão de chuva volumosa no Rio Grande do Sul nesta quarta e também na quinta-feira.

A temperatura deve começar a diminuir a partir de quinta. Não há expectativa de frio no Estado, mas o Climatempo indica que a diferença será bastante expressiva em relação aos últimos dias. As madrugadas também devem ser mais frescas. Um contraste em comparação com os 10 dias mais recentes, quando o calorão não deu trégua nem durante a noite.

Na última semana, a previsão do tempo indicava que o dia mais quente no Estado seria nessa terça-feira, quando os termômetros poderiam marcar 41°C em algumas cidades. Em Montenegro, porém, a máxima chegou a 37°C, com a sensação térmica de 44°C em alguns momentos do dia.

Marco Antônio afirma que a sensação térmica perto das chapas tem sido superior aos 50 graus

Para quem trabalha perto de fornos ou chapas, a sensação térmica supera os 50°C. É o que garante o chapista do Hiper Lanches, Marco Antônio Moura dos Santos. “É muito abafado, sensação de 50°C nesses dias de muito calor. Tomo bastante água e tenho um paninho gelado para refrescar. Com o tempo, a gente até acostuma com o calorão, mas às vezes preciso sair de perto das chapas para lavar o rosto e tomar água. A pressão cai, principalmente quando estamos na correria”, frisa.

Josué de Mello é um dos apenados do semiaberto de Montenegro que trabalha abaixo de sol com reparos na cidade a serviço da Prefeitura Municipal, sob responsabilidade do diretor de limpeza pública, Manoel Eliseu Selbach. Ele destaca que a realização deste tipo de trabalho é comum, mas na última semana o calor tem sido desgastante. “A gente tenta cuidar com o horário que vai trabalhar, além de sempre tentar ter uma sombra por perto para parar um pouco”, conta Mello.

Além disso, ele e os demais trabalhadores utilizam chapéus e bonés, a fim de minimizar os riscos contra os raios solares. “Protetor solar também, usamos muito, se não, não tem como”, reitera. Junto dos equipamentos, levam consigo água mineral, para evitar a desidratação, já que o trabalho é totalmente exposto ao calor escaldante.

Verão mais quente dos últimos anos
Em Porto Alegre, por exemplo, a temperatura mais alta desde o início deste verão foi de 40,1°C, registrada no dia 16 de janeiro. Essa temperatura ocupa o 5º lugar no ranking das temperaturas mais altas já registradas na capital desde 1909, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia. A temperatura mais quente registrada em Porto Alegre nos últimos 113 anos foi no dia 1° de janeiro de 1943, quando os termômetros marcaram 40,7°C.

Padeiro, Adarlei Ribeiro trabalha próximo do forno há 14 anos e diz que esse Verão tem sido o mais quente

No Vale do Caí, o calorão está beirando o “insuportável” para muita gente. Adarlei Ribeiro trabalha no forno do Supermercado Mombach há 14 anos e é responsável por assar as delícias da padaria todos os dias. Ele afirma que, em todo este período, esse tem sido o Verão mais quente.

Adarlei trabalha nos fornos geralmente das 7h às 15h30min e destaca que as altas temperaturas são sentidas diretamente durante seu trabalho. “Mesmo que o exaustor puxe bastante o calor para cima, a gente sente que este ano está muito quente. Como a empresa nos dá um suporte muito bom, a maioria do tempo trabalhamos em ambiente com climatização, o que ameniza bastante o calor”, salienta.

Para ele, o uso da máscara, indispensável, incomoda muito nos dias mais quentes. “Eu sinto muito calor, mas não tem como não usar. Então o ambiente climatizado é o que mais ajuda”, conclui.

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