Profissionais indicam treinos para manter a forma física em meio à pandemia

Coronavírus. Exercícios e boa alimentação ajudam a reforçar o sistema imunológico

Com o novo coronavírus atingindo todas as regiões do Brasil, a orientação dos órgãos de saúde e segurança é para que as pessoas permaneçam em casa. Em Porto Alegre, a publicação de cinco decretos em edição extra Diário Oficial do Município nessa quarta-feira reforça medidas para barrar a disseminação da Covid-19. Academias, bares, casas noturnas, teatros e museus já estão fechados na capital gaúcha. Em Montenegro, ainda não há decreto para o fechamento de nenhum estabelecimento, mas todo cuidado é pouco neste momento.

Mesmo que campeonatos e treinos tenham sido suspensos e adiados por todo o mundo, a prática de atividades físicas é fundamental para elevar a imunidade, desde que sejam realizadas com a orientação de profissionais. As pessoas devem evitar aglomerações e redobrar os cuidados com a higiene pessoal, mas não estão proibidas de fazer corridas e caminhadas na rua e treinar em estúdios ou academias – desde que as aulas e treinamentos ocorram com pequenos grupos de pessoas.

Nessa terça-feira, Grêmio e Inter suspenderam todas as suas atividades devido à pandemia. Os jogadores dos dois clubes foram orientados a permanecerem em suas residências e receberam uma espécie de cartilha para manter a forma física no período sem treinamentos.

No Vale do Caí, quem deseja manter a rotina de atividades físicas em casa deve ser orientado por um profissional da educação física, mesmo quem realiza exercícios como flexões, abdominais ou prancha abdominal. O personal trainer e educador físico Michael Stanislau possui um estúdio personalizado em Montenegro, que atende grupos de até quatro pessoas. Pelo formato de treinamento, as atividades seguem normalmente no local.
“Hoje muitos profissionais atendem a domicílio, por Skype ou por planilhas de treinamento para o aluno realizar em casa, adaptando a sua realidade. Jamais indico o aluno a fazer exercícios por conta ou através de vídeos no Youtube, pois lá a atividade não está montada pela especificidade do aluno, e sim de um modo geral”, explica Stanislau.

O personal reforça que o exercício físico eleva a imunidade e aumenta a proteção do corpo, desde que seja feito corretamente. “O treinamento sequencial (vários dias) em intensidade muito alta pode baixar a imunidade. Quem está retornando ou iniciando uma rotina de atividades deve ter cuidado com o volume e a intensidade dos treinamentos. Sempre fui a favor de treinos curtos. Acredito que, nos dias atuais, são os que se enquadram melhor, considerando a rotina e os objetivos do público”, frisa.

Não há restrições em relação a treinos ao ar livre, mas Stanislau reitera os cuidados que devem ser tomados ao correr/caminhar na rua. “Treino ao ar livre está liberado e é muito bom, mas devemos evitar aglomerações, contato ou muita proximidade com pessoas na rua durante o treinamento. Porém, essa liberação, obviamente, não inclui grupos de risco ou quem convive com eles, os quais devem permanecer em casa”, complementa.

“Temos que estar conscientes de todos os cuidados que devemos ter neste momento difícil, mas deixar de fazer atividade física não contribuirá em nada no processo. Pelo contrário, poderá trazer ainda mais prejuízos”, finaliza.

Michael afirma que não fazer atividades físicas pode gerar ainda mais prejuízos neste momento

Alimentação não evita o contágio, mas reforça o sistema imunológico
Além da realização (orientada) de atividades físicas, é fundamental neste momento manter uma boa hidratação e ingestão de alimentos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Uma boa alimentação não garante que a pessoa esteja imune ao novo coronavírus, mas fortalece o sistema imunológico para combatê-lo.

Em relação à hidratação, o ideal é beber, diariamente, de 35 a 40 ml de água/kg. Durante a prática de esportes, de 400 a 800 ml de água/hora. Muitos alimentos ajudam a reforçar a imunidade, como vegetais verde escuros (espinafre, couve, brócolis e agrião); frutas e legumes avermelhadas (cereja, morango, tomate e goiaba); frutas e legumes alaranjados (cenoura, damasco e mamão); frutas arroxeadas (uva roxa, ameixa e jabuticaba); castanha do Pará e nozes, mel, alho e iogurtes naturais.

Atividades físicas em casa: opções não faltam
Para quem deseja seguir à risca as recomendações dos órgãos de saúde e segurança, e não sair de casa neste período, há uma série de exercícios que podem ser feitos a domicílio. A educadora física montenegrina Raíssa Joner cita alguns: agachamento, abdominal, passada, prancha, elevação de quadril, flexão de braços, polichinelo, burpee, pular corda, subir e descer escada, flexão dos pés e alongamentos.

Entretanto, ela enfatiza que as atividades devem ser realizadas por quem já pratica exercícios na academia e com orientação de profissionais. “São exercícios totalmente funcionais e que não necessitam de nada, além do peso do corpo. Mas estamos falando de pessoas que já praticam esses exercícios e que estão em medidas de segurança em casa. Peça ajuda para seu professor ou um profissional para montar um treino em casa. Basta querer”, destaca.

Raíssa explica que o mecanismo de melhora de defesa (imunidade) está associado a um efeito do exercício físico regular em promover o aumento de linfócitos. “O linfócito (célula de defesa) tem como função destruir células tumorais ou infectadas por vírus. Vale lembrar que não adianta o pessoal que nunca treinou na vida começar a se exercitar para reforçar o sistema imunológico. A resposta será contrária. Os benefícios só ocorrem para quem pratica atividades de forma regular e orientada”, esclarece.

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