Seguir a profissão dos pais acontece nas mais variadas áreas e em diversas famílias. O que muda é a forma como filhos são inspirados por seus pais. Policiais militares e civil relatam como foram influenciados a tomar a decisão de ingressar na Segurança Pública.
“Cresci vendo meu pai se arrumar para ir trabalhar, pedia para lustrar os coturnos dele e ajudar a passar a farda”, relata a soldado do 5º Batalhão da Polícia Militar de Montenegro (BPM), Tainá Antoniazzi Finkler, sobre como tudo começou. “Essa inspiração vem desde pequena, porém foi com 20 anos que tomei a decisão definitiva de estudar e me dedicar para ingressar na Brigada Militar”, complementa.
Antes de Tainá, o soldado Felipe Luís Finkler, 34, irmão dela, também viu no pai algo que lhe motivou a ingressar na BM. Atualmente, para a alegria do sargento Luis Felipe Finkler, 58, – membro do Programa Mais Efetivo da BM – dois de seus três filhos (Tainá e Felipe) são colegas de farda no 5º BPM, mesmo batalhão onde ele começou sua carreira. “É difícil mensurar a emoção de saber que um filho escolheu seguir os passos do pai”, diz o sargento.
“Sempre estive no meio das atividades que meu pai exerce. Cresci vendo ele se fardar e admirando a dedicação e o profissional que ele é. Sempre o levo como exemplo de policial, sendo um espelho pra mim”, conta Tainá.
O pai orgulha-se pelos filhos e relata momentos que mexeram com seus sentimento de veterano da Brigada. “Lembro quando caminhava pela rua Júlio de Castilhos, em Lajeado, me deparei com uma dupla de policiais, sendo um deles a minha filha. Ao me ver, ela tomou posiçăo de sentido e prestou a continência mais significativa da minha vida”, conta o sargento.
Antes de entrar para a BM, Tainá cursou alguns semestres do Curso de Arquitetura e Urbanismo, mas foi na Instituição de Segurança que ela “se encontrou”. “Sou realizada, sinto que posso fazer a diferença com a minha profissão. “Agradeço ao meu pai por tudo que ele é na minha vida, por ser meu exemplo, meu guia e meu melhor amigo. Tomar a mesma decisão que ele, seguindo seus passos, foi a minha melhor escolha”, acrescenta a PM.
“Tenho orgulho em falar que meu pai é um excelente policial”
O soldado Pedro Júnior do Prado da Rosa, 25, assim como os soldados Tainá Antoniazzi e Felipe Luís Finkler, encontrou no pai a fonte de inspiração para se tornar PM. “Com cinco anos de idade, eu brincava fingindo que estava em uma viatura”, recorda o soldado.
“Durante o ensino médio, fiz estágio no Comando Regional do Vale do Caí, quando meu pai ainda estava na ativa. Sempre que me identificava como ‘filho do Pedro Elói’, os colegas da BM rasgavam elogios ao meu pai, todos sempre me falavam que ele era um excelente homem”, conta o filho do sargento da reserva Pedro Eloi Viegas da Rosa. “Encaminhei os ofícios para a aposentadoria do meu pai, sinto muito orgulho em ter participado desta fase”, destaca Prado.
Desde a infância, ver o pai fardado fomentou o desejo do menino em se tornar “o soldado Prado”. “Sempre sonhei em ser policial, muito pela inspiração em meu pai. Sempre tive orgulho em falar que meu pai era policial, e como ele é um excelente ser humano, tanto no campo profissional, quanto na vida particular. Meu pai é minha inspiração de vida. Tudo que sou hoje é graças a ele”, afirma o jovem policial militar. “É enorme a emoção de saber que meu filho vai dar continuidade na profissão que eu desempenhei. Faltam palavras para definir tal emoção”, comenta o sargento da reserva.
“Sempre simpatizei com a Polícia e admirei meu pai e o que ele fazia”
Para Leandro Machado Carpes de Oliveira, 41, escrivão da Polícia Civil, em Salvador do Sul, o ambiente policial e a convivência com os amigos do pai dele, Jocelir Carpes de Oliveira, 68, advogado e escrivão aposentado, sempre foram encarados com naturalidade. “Sentia como se eu fosse de ‘dentro’ da Polícia. Nunca sonhei em ser policial, isso ocorreu naturalmente”, conta Leandro.
“Sempre simpatizei com a Polícia e admirei meu pai e o que ele fazia. Ele foi um grande incentivador e meu maior exemplo como Policial”, aponta o escrivão. Antes de fazer parte da Polícia Civil, Leandro foi policial militar. O pai dele também foi escrivão da PC e ao se aposentar passou a atuar na área do Direito.
Leandro relata que se sentiu reescrevendo a história do pai, quando assumiu a mesma função, outrora, desempenhada por seu Jocelir. “Tenho dois filhos, ficaria muito feliz se eles seguissem este caminho na atividade policial, por maiores que sejam os desafios de hoje”.