Manifestação aconteceu em frente à Prefeitura
Professores da rede municipal de ensino de Montenegro realizaram um ato em frente à Prefeitura na tarde dessa segunda-feira, 7, contra a possível mudança no plano de carreira. Os educadores também reivindicaram o cumprimento do reajuste de 33,24% no piso nacional do magistério, anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro. A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Profissionais de Educação de Montenegro e Pareci Novo (Sinpedu).
A insatisfação dos professores veio após a declaração do secretário da Fazenda do Município, Antônio Miguel Filla, em entrevista ao programa Estúdio Ibiá da última sexta-feira, 4. Na ocasião, Filla disse que não será concedido o aumento de 33,24% para todos os educadores em Montenegro. A explicação do secretário foi de que a lei determina que nenhum professor pode ganhar abaixo do piso nacional do magistério, o que em Montenegro acontece somente com alguns educadores. “Em Montenegro alguns poucos (professores) que entraram no último concurso que estão a baixo do piso. Então estes professores vão ter que ter um enquadramento para atingirem o valor do piso. Os demais professores, que já recebem acima do piso, eles vão ter o mesmo reajuste que o quadro geral”, declarou o secretário.
Segundo a vice-presidente do Sinpedu, professora Monaliza Furtado, a medida causaria mudança no plano de carreira, que hoje é divido em três níveis salariais. “A gente tem o nível um, dois e três. A proposta que a gente está percebendo é de diminuir os níveis, isso a gente vê como uma mudança do nosso plano de carreira. Na prática, significa que quem está no nível dois passaria para o nível um, só adequariam. Isso extinguiria um nível que é bem importante pra nós”, afirma Monaliza.
Na manifestação em frente à Prefeitura, os professores questionaram o fato de não serem ouvidos e pediram um reajuste diferenciado para a categoria, a fim de valorizar a educação. “Nós sempre estivemos presentes em toda a construção do plano de carreira, por isso ficamos surpresos com essa proposta de mudança que não nos beneficia, ao contrário, prejudica muito os professores. A gente gostaria de ter um reajuste diferenciado pra que acontecesse a valorização do magistério”, declarou Monaliza.
O prefeito em exercício, Talis Ferreira, conversou com educadores que estavam no protesto. Talis disse que toda a manifestação pacífica é bem vinda e convidou quatro representantes do sindicato para uma reunião no gabinete. Presente no encontro, o secretário da Fazenda apontou que o pagamento integral do reajuste no piso é praticamente impossível para grande parte dos municípios do país. Nos próximos dias, a Prefeitura vai encaminhar ao Legislativo o projeto prevendo a reposição salarial de 10,06% a todo o funcionalismo. Para seguir debatendo a questão do piso nacional e o plano de carreira dos professores, uma nova reunião foi agendada para a próxima quarta-feira, 9.
Reajuste dos professores também é debatido nas cidades da região
Em Pareci Novo, a Prefeitura informou que reajuste do piso salarial do magistério será cumprido. O prefeito do Município, Paulo Alexandre Barth, afirmou que o impacto no orçamento ainda está sendo apurado. São José do Sul também confirmou que irá atender ao reajuste do piso aos professores. A prefeita Juliane Bender disse que, como o reajuste dos servidores na cidade ocorre somente em março, ainda não há o cálculo do impacto da medida. Já em Brochier, a Administração Municipal afirma que irá aguardar o retorno de férias do prefeito e dos secretários de Administração e Fazenda e da Educação para decidir sobre o reajuste dos professores. Maratá ainda está aguardando manifestação da Confederação Nacional dos Municípios e da Famurs a respeito do percentual que possa ser dado. Além disso, a administração está fazendo o cálculo de impacto, visto que também devem ser reajustados os salários dos demais servidores, com base na inflação.