Educar com afeto. Conheça a história de profissionais da educação que escolheram o ofício como um projeto de vida
Desde muito cedo, boa parte das crianças são estimuladas a pensarem sobre qual profissão desejam seguir quando adultas. Com o tempo, muitas delas acabam por descobrir que responder essa pergunta não se trata apenas de uma escolha. Para os que optam pela carreira de docência, escolher esse caminho é um projeto de vida que envolve, antes de qualquer coisa, muito afeto.
“Ser professor é mais que um trabalho, é um ato de amor”, disse a professora e vice-diretora da Escola Estadual A. J. Renner, Claudia Escobar Hendges, sobre o significado do ofício que exerce. “Além da transmissão de conhecimento, nós também desenvolvemos a função de educadores, ou seja, educamos para a vida, sempre buscando que o aluno reconheça o seu lugar no mundo, dessa forma, estreitamos as relações dentro da escola.”
Da sala da diretoria, a professora relembra as motivações que a levaram para área da docência. Apaixonada por novidades, ela conta que antes de se tornar professora de educação física, transitou no mundo da arte através da dança e comunicação social, mas foi no magistério que encontrou sua grande paixão. “Quando eu me vi dentro da sala de aula, lugar onde eu poderia ensinar, aprender, conversar, trocar ideias e estar sempre conhecendo gente nova, descobri que era isso que queria para minha vida”, revela Claudia.
Poder contribuir com o processo de formação educacional e humana de crianças e jovens é uma das maiores recompensas para a professora. Além disso, na visão da educadora, apesar dos tantos desafios que envolvem a profissão, ter o trabalho reconhecido pelos próprios alunos ao longo do tempo torna o oficio ainda mais especial. “Quando eu encontro um ex-aluno meu já formado dizendo que aprendeu algo comigo, é muito gratificante, pois é nesse momento que temos a noção que fazemos parte da vida de alguém e contribuímos de alguma forma”, ressalta Claudia.
Exemplos de dedicação
Com o objetivo de fazer a diferença em sala de aula, a professora de matemática, Josiane Freislebns, conta que se formou na área buscando desenvolver uma pedagogia que despertasse o interesse dos alunos pelos números. “Eu queria fazer algo de diferente daquilo que tive na escola, pois por falta de uma boa didática, eu não conseguia gostar de cálculos e, assim, não aprendia”, recorda a professora.
Hoje em dia, como resultado da dedicação e amor pela docência, Josiane revela a sensação de ver o trabalho reconhecido. “Ouvir dos estudantes que aprenderam a gostar da matemática é minha realização, seja profissional ou como pessoa”, revela a docente.
Para os alunos da professora, toda essa dedicação é inspirador. “Apesar das tantas dificuldades financeira e estrutural, ela ainda consegue transmitir o amor que tem pela profissão”, disse o estudante Allan Sander. “Falta mais valorização dos nossos educadores para que possamos ter um país melhor, já que tudo começa na educação.”
Relação de afeto em sala de aula
Durante a infância e adolescência, é dentro das salas de aulas que essa faixa etária fica grande parte do tempo. Na ausência dos pais, são nos professores que os estudantes encontram apoio para enfrentarem os medos e dúvidas que surgem com o tempo, ultrapassando as barreiras que permeiam os assuntos escolares.
O estudante Allan Sander, 16 anos, comenta sobre a admiração que tem pelas pessoas que escolhem essa carreira e se dedicam diariamente para qualidade do ensino e da vida dos estudantes. “Os professores são nossos grandes mentores e, em alguns momentos, são como nossos segundos pais”, disse o estudante. “Eles fazem o que podem para nos transmitir e ensinar coisas que muitas vezes não diz respeito somente aos assuntos da escola, como também, da vida.”
Quem tem a mesma visão é o aluno Bernardo Schneiders. “O fato de estarmos todos os dias juntos no mesmo espaço acaba refletindo no afeto que construímos aqui juntos aos professores”, ressalta o aluno.
Origem da data
A origem do Dia do Professor remete a D. Pedro I, que baixou decreto imperial, em 1827, criando o ensino elementar no Brasil. O documento determinava que “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”. O texto regulamentava ainda a descentralização do ensino, o salário dos professores, as matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até como os docentes deveriam ser contratados.
Após 120 anos desse decreto imperial (1947), ocorreu a primeira comemoração dedicada ao professor. A ideia de fazer do dia um feriado surgiu em São Paulo, com o professor Salomão Becker. À época, ele propôs uma reunião com toda a equipe da escola em que trabalhava para que fossem discutidos os problemas da profissão, planejamento das aulas e trocas de experiências. Segundo o discurso de Becker, “professor é profissão; educador é missão”.
A celebração foi oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal nº 52.682, de 14 de outubro de 1963.
Fonte: Ministério da Educação