EDUCAÇÃO. José Breno da Cruz tem um projeto de feiras regionais por todo o Brasil
Havia cerca de 150 estudantes reunidos na manhã de quarta-feira, 11, na sociedade cultural de Maratá, desde os “pequenos” da pré-escola, até os adolescentes do Médio que estão as portas da faculdade. A segunda edição da MIIC tinha aquele ar das mostras científicas, resultado da fusão entre empolgação e nervosismo para apresentar suas experiências aos avaliadores; explicando o problema motivador e o resultado, que em alguns casos surpreendeu os jovens pesquisadores. Quando se trata de educação inclusiva e experimental, os professores não consideram nada “uma bobagem”, e trazer dúvidas e cotidiano para o currículo escolar; culminando no passo importante da exposição pública do estudo.
Este sistema de aprendizado tem sido a motivação do professor José Breno da Cruz, que em Maratá foi saudado como idealizador da Mostra de Integração e Iniciação Científica. Ainda que aposentado das salas de aula, ex-professor do colégio São João Batista em Montenegro e da Fundação Liberato em Novo Hamburgo, ainda é ativo no sacerdócio de apontar caminhos do conhecimento. Ao Ibiá, explicou que se dedica voluntariamente à organização de feiras científicas escolares regionalizadas, e tem o sonho de difundi-las pelo estado e pelo país.
Neste sentido, ele valoriza o papel de seus colegas como orientadores dos projetos, função para a qual dedicam tempo fora do horário escolar. “Educação é gratidão, é fazer a diferença na vida do aluno”, declarou. Professor Breno enaltece o resultado do aprendizado na prática, ampliado pela experiência de sair de sua cidade e apresentar o estudo para pessoas fora de seu ciclo cotidiano; além de trocar informações e vivências com estudantes oriundos de outras realidades. Siga e contato o professor Breno em seu Instagram.
“A pesquisa não pode parar!”
Estes alicerces motivam o professor a seguir nesta jornada. “O que tenho é um projeto de vida: implantar o método científico em todas as regiões do Brasil”, define. Nesta sexta-feira o professor está em Pareci Novo, e nas próximas semanas organiza feiras em Santa Catarina, Maranhão, Pará e Amapá. Seu sistema é a integração regional, em raio de 100 km da cidade sede, respeitando a capacidade de logística das escolas.
As prefeituras são suas principais parceiras, através das quais criou um portfólio de iniciativas científicas. “O Vale do Caí é a região onde mais se trabalha com pesquisa no Ensino Fundamental”, enalteceu. Considerando essa característica, trouxe a Maratá na quarta-feira escolas de 16 cidades do Caí, Sinos, Paranhãna e Serra.
O reconhecimento veio em 2024, quando professor Breno foi nomeado embaixador do Brasil para a América Latina na Rota Científica Internacional, organização de nove países. “A pesquisa na pode parar, a Ciência não pode parar, a Educação de qualidade não pode parar”, decretou o professor.
Pesquisas que nasceram no pátio
Professores como Breno não veem limites na curiosidade como mola propulsora do conhecimento. Então, por que não, em um dia de diversão no pátio, perguntar “as nuvens são de algodão doce?”. “São de gotinhas de água”, resumiu a pesquisadora Ashley Bauhandal dos Santos, 5 anos. O estudo da Pré A na Escola Victor Adalberto Kessler, de Capela de Santana, é detalhado, com direito a simulação de chuva na sala e degustação de algodão doce.
Na Emei Laranjinha, de São José do Sul, a curiosidade foi a respeito de um lagarto da espécie Taiú que vive no terreno ao lado, também avistado durante no recreio. O projeto “nosso vizinho lagarto Teiú” exigiu vigília em campo e pesquisa em literatura especializada. Também teve degustação, e os pesquisadores da Pré 2 descobriram que o cardápio dele não é tão diferente dos humanos. A professora Betina Roveda Groderes, diz que agora vivem a expectativa é de rever o vizinho, que hiberna no inverno.
A Emei Gente Miúda, de Montenegro, levou o estudo “desconectar para conectar”, desenvolvido pelo Jardim 2-B ao ver que o ‘mundo das telas’ estava muito presente na vida de todos. Já a Municipal Augusto Ambrósio Rücker, Maratá, alerta sobre o “mosquito da Dengue”. Os pesquisadores do Pré B usaram como base o livro “Um Reino Sem Dengue”, de Alda Miranda e Ricardo Girotto.