Regras. Emater Montenegro amplia conscientização junto aos agricultores
O dia 11 de janeiro é marco na definição do uso de agrotóxicos no Brasil. O Decreto Federal 98.816 de 1990 colocou limites moderadores e regras de segurança à ferramenta da agricultura convencional, que antes era aplicada conforme entendimento dos produtores. Foi o primeiro da história, e outros com adequações científicas vieram e estão vigentes. Seguindo esta postura de conscientização, há um ano a Câmara Regional de Olericultura do Vale do Caí realiza a campanha permanente “Produzindo Alimento Seguro”, que neste ano está sendo vigorada pelo Escritório da Emater em Montenegro.
A extensionista rural Luisa Campos salienta que a ideia não é se opor aos defensivos, mas conscientizar as famílias do campo a respeito do uso correto e moderado. “Não nos cabe, como órgão técnico de extensão rural, ser contra ou a favor do uso de agrotóxicos”, explica. Ele lembra que o uso destes produtos é realidade de grande parte da produção de alimentos no país, inclusive nas pequenas propriedades. “A maioria na agricultura familiar faz uso racional”, confirma.
O coordenador da Emater local, Everaldo Vinício da Silva, recorda que antes do decreto de 11 de janeiro não havia definições que pudessem nortear e limitar, tampouco punir. “Havia algo, mas não oficial. Era regulação do técnico ou orientação da empresa fabricante no rótulo do produto”, explica. A norma criou o Receituário Agronômico, documento que Luisa compara a uma receita médica. Ele específica qual produto deve ser usado em cada cultura; define dosagem, o volume de diluição e o método de aplicação. Somente com receituário em mãos o agricultor pode comprar o defensivo.
Emater indica cuidados com a terra
Nas visitas que realiza, a Emater enfatiza as consequências do envenenamento da natureza no entorno – terra, ar e água. “Pode ser que o peixe no rio não mora. Mas vai nos prejudicar quando comermos este peixe”, ilustra a Luisa. Neste item, Vinício recorda da possibilidade de envenenamento à própria lavoura
As plantas são mortas devido a reação química com aplicação simultânea de dois ou mais produtos; ou por conta do pouco tempo entre aplicações ou por antecipação em relação ao período definido pelo técnico ou engenheiro agrônomo no receituário. E neste horizonte, o que espera o agricultor é prejuízo, seja com gasto desnecessário,s eja pela perda de produtividade.
Campanha Permanente
Desde 2021 a Produzindo Alimento Seguro está em site da Câmara (https://camaraolericultura.wixsite.com/alimentoseguro), com link para Instagram, Facebook (camaradeolericultura) e para canal no Youtube (Câmara de Olericultura do Vale do Caí ) onde há 42 vídeos didáticos, curtos e diretos a respeito do temas ligados ao uso de agrotóxicos, tais como “intervalo de segurança” entre a última pulverização e a colheita; rastreabilidade; controle de insetos etc. Outra forma de acesso é através do QR Code anexado na reportagem.
Compra e uso de agrotóxicos hormonais
Desde 1º de janeiro de 2023, mais 38 municípios cumprem as determinações das Instruções Normativas (INs) 12 e 13 da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr). Elas trazem novas diretrizes sobre o trabalho de mitigação de risco de deriva de agrotóxicos hormonais no campo. As mudanças incluem a exigência de aplicadores habilitados e a necessidade de declaração de uso dos herbicidas, bem como exigências adicionais para a execução da aplicação dos produtos. Na lista, o município mais próximo da região é Nova Santa Rita.