Canil Silva Müller já trabalha há cinco anos com a raça Dogue Alemão e comemora o sucesso de suas operações
Não é novidade que os negócios que trabalham com animais domésticos têm crescido consideravelmente nos últimos anos, aumentando a renda de muitos empreendedores. Engana-se, no entanto, quem pensa que o dinheiro está nas pet-shops, com seus serviços de banho, tosa e comercialização de cosméticos. Também tem gente encontrando oportunidade com a procriação de cães de raça. É o caso do empresário Kuki Müller que, com a esposa, conduz o Canil Silva Müller no município.
A empresa já tem cinco anos. Com sede na localidade de Passo da Amora, o canil é voltado para a criação exclusiva da raça Dogue Alemão, conhecida por ser a do maior cachorro do mundo. Kuki conta que a relação dele com os animais começou há 19 anos, com a aquisição do primeiro Dogue da família, o Apolo. Anos depois, em meados de 2008, ele e a esposa mudaram-se para a chácara, onde fica o canil hoje, e a ideia do negócio começou a se desenvolver. 2012 foi o ano de abertura do empreendimento, com a compra do primeiro casal da raça.
Neste meio tempo, muita pesquisa precisou ser feita. “Nós lemos muitos livros de veterinária, livros de zootecnia e artigos acadêmicos na internet”, relata o empresário. O apoio de veterinárias locais e a instrução oferecida por outros canis de fora também foram essenciais nos primeiros passos do negócio. Em 15.000 metros quadrados, compostos por área verde, mata nativa e açudes, foram construídas seis baias, com casas de alvenaria para abrigar os animais. Também, um espaço climatizado foi erguido para servir de maternidade.
O Silva Müller é pensado para ter 11 Dogues. Atualmente, possui nove, com sete matrizes (fêmeas) e dois padreadores (machos). Kuki frisa que, apesar de o canil ser uma empresa, ele tem uma característica artesanal. “Eles são nossos cães domésticos. Cuidam da casa e do pátio”, comenta. Os animais ficam em um constante rodízio, onde são soltos de suas baias para correrem pela área da chácara. “É um animal que precisa de muito espaço para desenvolver a musculatura, então a gente solta uns, prende e solta outros.” Por terem muita energia, o casal não deixa que todos saiam ao mesmo tempo. “Daí vira bagunça”, brinca o empresário.
Todos os animais que nascem da produção do Canil Silva Müller são devidamente registrados através de um mapa de ninhada que é enviado, por correio, para a Confederação Brasileira de Cinofilia, órgão responsável por organizar e regulamentar a criação de cães de raça. Esta, por sua vez, remete o registro à Federação Internacional (FCI), na Bélgica, que retorna com a oficialização do pedigree. Essa documentação deve ser enviada de 90 a 120 dias após o nascimento dos cães. Kuki estima que, por ano, nasçam cinco ninhadas de Dogues. Até hoje, todas foram vendidas.
Clientes são de “fora”
O empresário aponta que, nos cinco anos de atuação da empresa, apenas 3% da clientela foi de Montenegro e região. 80%, segundo ele, é do restante do Rio Grande do Sul, com 17% de outros estados. Tem Dogue Alemão montenegrino no Paraná, Mato Grosso, Rio de Janeiro e até no Rio Grande do Norte. Kuki acredita que a venda reduzida por aqui deva-se, em parte, ao tamanho dos cães. Não é todo mundo que procura a raça. Os cães podem chegar a 80 centímetros de altura e pesar até 60 quilos.