Primeiros Socorros para população do campo

O perigo de acidentes não é diferente para quem vive na cidade ou no campo. Todavia, ao agricultor o risco é acentuado por fatores como distância para o socorro, atividade em local despovoado e exposição a fatores naturais como sol e chuva. A atenção deve ser voltada especialmente à condução correta de veículos agrícolas, manuseio com agrotóxicos, proximidade de rede elétrica e presença de animais peçonhentos.

O assunto foi abordado em São José do Sul, a partir de uma parceria da Prefeitura – através do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e Secretaria de Saúde – com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Os cursos, no Centro de Saúde, receberam mulheres e homens que vivem nas localidades mais distantes. As dúvidas foram especialmente em relação ao tipo de ajuda que pode ser dado a uma pessoa que, por exemplo, sofreu acidente com fraturas ou trauma.

A enfermeira Fernanda Patrícia Sinhoreli Rodrigues ressaltou que o curso apenas orienta a respeito dos primeiros socorros dispensados, afim de estancar a situação mais grave. Esta ação imediata deve ser, obrigatoriamente, seguida da busca por socorro especializado, ou ainda deslocar a vítima a uma unidade de saúde. O momento serviu especialmente para afastar crenças e mitos.

Um deles é quanto ao procedimento diante ao ataque de cobra, aranha, escorpião e outros animais venenosos. A cinematográfica ação de cortar e chupar o veneno não deve ser empregada, devido ao risco de contaminação. Já um torniquete é útil, porém, sem pressão exagerada, e colocado abaixo do local da mordida (em relação à cabeça). Isso porque, conforme Patrícia, a corrente sanguínea corre de baixo para cima no corpo. Identificar o bicho que mordeu também é fundamental.

Pasta de dente e banha não são medicinais
Queimaduras devem ser tratadas com água corrente e fria. E no deslocamento ao hospital pode ser colocada uma toalha molhada no ferimento. Nunca se deve aplicar pasta de dente. Da mesma forma, substâncias caseiras – como banha para estancar sangue – não têm utilidade. No caso de intoxicação com herbicidas, não tem eficácia ingerir água ou leite. Somente limpeza estomacal feita por médico reverterá o quadro.

No caso de contato com os olhos, o procedimento é lavar com água limpa, que será apenas jogada no rosto com as palmas das mãos. O mesmo se repete para outros produtos, ferimentos com objetos ou longa exposição dos olhos ao sol. Cortes e fraturas expostas também devem ser limpas apenas com água e sabão, depois levemente protegidas com pano ou gase durante o deslocamento até o hospital.

Os presentes aprenderam ainda que, nos acidentes com trauma, interno ou externo, a vítima não deve ser movimentada. Em casos muito específicos, apenas colocá-la de lado para evitar afogamento com fluídos.

Se for preciso levá-la – mas apenas se o socorro de Bombeiros ou Samu não puder ser contatado daquela localidade – o procedimento é, com todo cuidado, mobilizar pescoço e costas com emprego de algo como uma tábua.

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