Primeiro semestre teve aumento no roubo de carros em Montenegro

Insegurança. Estudo coloca o RS como quarto com maior incidência no país

Os dados estatísticos divulgados nesta semana pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) preocupam Montenegro, que inclusive recebeu reforço de apenas três novos policiais militares. Os crimes de furto e roubo de veículos cresceu vertiginosamente, na comparação entre os primeiros semestres de 2016 e 2017. Essa constatação é mais convergente com balanço divulgado pelo Sindicato das Seguradoras do Rio Grande do Sul (Sindsergs), que coloca o Rio Grande do Sul em quarto lugar no ranking nacional de roubo e furto de veículos.

Esses números da entidade são relativos apenas ao primeiro semestre de 2017, que registrou 18.655 ocorrências no acumulado dos primeiros seis meses deste ano. O estado gaúcho ficou atrás apenas de São Paulo, com 90.521 casos; Rio de Janeiro, com 35.806; e Minas Gerais com 19.690 registros. Neste cenário, Montenegro viu a elevação gradativa das ocorrências. Janeiro, fevereiro e março, quando a criminalidade segue o fluxo dos veranistas em direção ao Litoral, os roubos foram moderados.

Mas a partir de abril dispararam, alcançando os preocupantes 16 registros de roubo. O relato de Kamila Roberta Almeida ilustra bem essa informação. Sua família aproveitou uma dessas noites de calor em pleno inverno gaúcho para ir a uma pizzaria no Centro e depois de uma hora e meia já não encontrou seu único carro, que deixou estacionado na rua. O evento, além do prejuízo, modificou toda a rotina da casa.

“Meu marido trabalha no pólo, está indo de bicicleta. Acordamos cedo pra levar as crianças do Timbaúva para a escola no Cinco de maio. A sensação é de impotência quando a gente passa por isso”, relata Kamila, que faz exaustivos apelos pelas redes sociais. O marido registrou o caso na DPPA de Montenegro, inclusive com imagens do circuito interno da pizzaria, gentilmente cedida pelos proprietários do estabelecimento.

O responsável pela 1ª DP de Montenegro, delegado Eduardo Azeredo, assinala que a autoria dos crimes desta primeira metade do ano são atribuídas a quadrilhas vindas de fora. O trabalho da Polícia Civil, em parceria com outras delegacias, indiciou suspeitos nas cidades de Lajeado, Vera Cruz e Cruzeiro do Sul.

“Mas felizmente, com nossa investigação e o trabalho da Brigada, já foram encaminhados 10 inquéritos ao Fórum”, assinala. Com a prisão dos indivíduos, reconhecidos pelas vítimas, o delegado acredita que os índices irão reduzir significativamente.

Cenário de Violência no Rio Grande do Sul
O presidente do Sindsergs, Guacir Bueno, comentou o resultado geral para o semestre. Ele observa que os 18.655 casos representam recuo em relação a igual período do ano anterior, quando foram 19.645. Mas, isso não minimiza o cenário de violência, pois 2016 teria sido atípico, uma vez que seu primeiro semestre ficou acima do início de 2015, que teve 17.967 furtos/roubos.

“Aquele que foi um ano bastante violento e com números fora da curva”, alertou. Outro número alarmante diz respeito ao mês de junho, que sozinho registrou 2.650 crimes no RS. Já Porto Alegre apresentou recuo expressivo neste mês em relação aos últimos anos, mas no acumulado de 2017 seguiu com altos índices. (RE)

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