Preso último integrante do grupo que matou pastora

Investigação localizou Juliano Jackson da Silva Gomes na casa de parentes em Soledade. Ele não resistiu à prisão

Agentes da 1ª Delegacia de Polícia de Montenegro, com apoio de policiais civis de Soledade, no Norte do Estado, prenderam preventivamente, na manhã de ontem, o quarto acusado de envolvimento no homicídio da pastora Marta Maria Kunzler. Juliano Jackson da Silva Gomes, 32 anos, foi localizado na casa de um parente.

“Saímos às 5h da manhã para Soledade e efetuamos o cumprimento do mandado de prisão expedido pela Justiça de Montenegro”, afirma o titular da 1ª Delegacia de Polícia, Eduardo Azeredo Coutinho. O acusado não resistiu à voz de prisão. Ainda de acordo com o delegado Eduardo, após esta detenção, as investigações sobre o crime estão praticamente encerradas. “Nos resta apenas receber algumas análises da perícia, mas nossa parte está feita”, pontua o policial.

Na última segunda-feira (31), foram presos também preventivamente o marido da pastora, Adair Bento da Silva, 38 anos, e Rodrigo Nunes da Silva, 25 anos. O terceiro acusado, Igor de Azeredo Gomes, 22 anos, já se encontrava preso desde que fora decretada a prisão temporária do mesmo, que agora foi transformada em prisão preventiva.

o crime
– O homicídio ocorreu em 14 de junho, data de aniversário de 63 anos da pastora Marta kunzler. A causa da morte: estrangulamento com emprego de uma gravata masculina (deixada no corpo). “A ponto do globo ocular ser projetado para fora da cabeça”, ilustrou o delegado Eduardo. Também houve golpes de faca no pescoço. Após a morte, o viúvo Adair chamou a Brigada e tentou simular um assalto para encobrir o assassinato. Todavia, os relatos do esposo eram pouco plausíveis.

– Seria inusitado alguém entrar desarmado para roubar, trancar isolado em um quarto apenas um refém (o marido) e depois, ainda que houvesse reação da pastora, matá-la com requintes de ódio. “Foi crime passional. Eles tiraram um blusão do marido sujo de sangue e a faca de dentro de casa. Mas deixaram no carro dela, que encontramos abandonado em uma estrada”, recorda Azeredo.

– Também foi apurado pela investigação que o pai da criança que Marta queria adotar (e que estava na casa), e o marido da pastora eram amantes.
– O pai da menina de dois anos teria confessado o crime e apontou o amante como autor intelectual e também executor do homicídio. Mas Adair segue negando.

– Imagens de câmeras de segurança mostram que, por volta das 20h45min do dia 14 de junho, os dois comparsas dos amantes passam na rua e depois ficam parados em frente à casa. A vítima é vista passando às 22h21min em direção à residência. Apenas 20 minutos depois, os homens aparecem novamente, desta vez no carro da mulher.

– O amante do marido disse que ficou escondido na garagem. Para abafar os gritos da pastora, o esposo teria se encarregado de ligar o aparelho de som com um rock tocando em alto volume. E ele mesmo teria estrangulado a mulher. “O marido dela teria feito também trabalhos em religiões de matrizes africanas contra a saúde da vítima. O objetivo do crime seria subtrair os bens da vítima, que era a única mantenedora da casa”, afirma o delegado Azeredo.

– Com a esposa morta, Adair poderia viver com seu amante, adotar a filha dele, ganharia uma pensão da falecida e ficaria com a casa e o carro. “E como ele não tinha renda alguma, é um desocupado, ficaria com o patrimônio dela”, ressalta o delegado.

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