Presidente exalta a história da cooperativa e fala sobre os desafios do futuro

Apaixonado pela Unimed Vale do Caí, o ginecologista e obstetra, Dr. Paulo Cesar Sehn assumiu a presidência da cooperativa este ano pela terceira vez, em sua trajetória. Antes, ele esteve à frente nas gestões de 2014/2016 e 2016/2018.

Com inúmeros desafios a curto, médio e longo prazo, o médico recebeu o Jornal Ibiá para uma entrevista exclusiva. Ele destacou o papel histórico da cooperativa no Vale do Caí, falou sobre o impacto da tecnologia para a evolução da medicina, o trabalho incessante durante a pandemia e projetou o futuro. Confira abaixo o bate-papo:

Jornal Ibiá: Por que a Unimed Vale do Caí, ao longo destes 50 anos, tornou-se referência na região?
Dr. Paulo Cesar Sehn: No dia 5 de setembro de 1972, em São Sebastião do Caí, no Country Club, nossa cooperativa foi fundada. Um grupo de médicos resolveu juntar esforços com o objetivo de qualificar o atendimento na área da saúde, além de dar trabalho médico com remuneração justa. Naquele ano, muitas cooperativas foram fundadas em diversas localidades. Com o passar dos anos, conforme a cooperativa ia crescendo, começamos também a venda de planos de saúde. Com isso, aumentamos o nosso número de clientes e conseguimos atrair outros profissionais, que se juntaram a nossa cooperativa. Com o passar dos anos aconteceram muitas mudanças, mas sempre seguimos a filosofia da nossa cooperativa. Com a criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), houve uma regulamentação dos planos de saúde. Hoje, além de ditar as normas para o atendimento, ela também regula os reajustes e fiscaliza o setor. E, com isso, os planos de saúde foram se adaptando, qualificando seus serviços e ampliando o atendimento aos clientes. Então, com a verticalização da saúde, as Unimeds passaram a ter seus serviços próprios, como laboratórios, exames de diagnósticos de imagem e hospitais, por exemplo; com isso, passamos a exigir qualidade, além de melhorar o controle dos nossos custos. O nosso hospital, construído há 22 anos atrás, foi o primeiro do sistema Unimed no estado. Isto potencializou a comercialização do nosso plano de saúde, pois também conseguimos agregar a qualidade do atendimento e a importância de ter um hospital com uma boa resolução, com qualidade, segurança, etc. Fomos investindo e crescendo. Os médicos, que começaram a construir o Hospital Unimed Vale do Caí, utilizaram seu próprio dinheiro para isso. Esse movimento dos médicos, que trabalham e doam o que podem, volta para a população em serviço. Assim, a Unimed se envolvia com a comunidade. Esse espírito transcende, e é esta na filosofia que perdura até hoje.

Hospital Unimed Vale do Caí está completando 22 anos. Foto: acervo Unimed Vale do Caí

JI: Antes, as cirurgias e os exames eram bem mais demorados?
Dr. Paulo Cesar Sehn: Com a evolução tecnológica, tudo vai mudando. Antes, a paciente poderia ficar até cinco dias internada no hospital após uma cesariana. Hoje, ela fica menos de 48 horas ou menos. Isto porque a qualidade cirúrgica e anestésica evoluiu. Se for uma cirurgia de vesícula, por exemplo, o paciente é operado pela manhã e à tarde, ele já tem alta hospitalar. Antigamente, ele ficava internado de 5 a 8 dias. Com relação a exames laboratoriais também não é diferente. O Laboratório Hermes Pardini é um parceiro nosso, que atende a todo o Brasil. Como é a logística deles? Eles pegam um exame aqui e o levam de avião. O Mercolab, em Santa Catarina, também, pode retirar os nossos exames aqui e, em horas, temos o resultado. Com a internet, tudo fica muito rápido! O sistema Unimed está atento à todas essas mudanças, com o objetivo de ajudar e melhorar a qualidade de vida das pessoas e orientá-las. Há pouco tempo, quando alguém ficava doente, o médico orientava a respeito do melhor remédio ou tratamento. Hoje, há outros cuidados necessários, que também podem ajudar.

JI: Quais os principais desafios deste mandato em comparação com o anterior?
Dr. Paulo Cesar Sehn: Pegamos um período de muita dificuldade e conseguimos organizar bem a cooperativa. Depois de uma instabilidade, veio um crescimento muito grande. Por outro lado, no fim do ano passado, começamos a sofrer as influências da pandemia. A utilização dos planos de saúde, ou seja, a sinistralidade, aumentou exponencialmente, elevando os custos. Soma-se a isso os gastos no atendimento no período da pandemia, onde tivemos que aumentar o quadro de colaboradores, pois muitos estavam afastados devido às medidas de prevenção. Houveram dias de lotação plena, com todos os respiradores ocupados, apesar da ampliação de leitos para o cuidado da Covid. Esses fatores, associados ao alto custo dos medicamentos e insumos hospitalares, juntamente com as políticas ligadas aos serviços de saúde e legislação, coloca o sistema de saúde suplementar em alerta. A nossa cooperativa tem pela frente esses desafios. O momento é delicado e temos a obrigação de se adaptar a esses novos tempos. Como no passado, os maus ventos levaram as caravelas para grandes descobertas. Não sei dizer o que nos reserva o futuro, mas com certeza, boas notícias virão, pois somos conhecidos por todo o Sistema Unimed como pioneiros e inovadores.

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