O Governo Zanatta se organiza para lançar, em até 90 dias, concurso público para escolher o anteprojeto arquitetônico do novo Centro Administrativo – prédio que deve reunir os setores da Prefeitura em um lugar só. A ideia, segundo a Administração, é democratizar a escolha de como será a edificação, cujo local já foi escolhido através de plebiscito, anos atrás, para ficar próximo ao fórum, no bairro Timbaúva. Um passo para a realização do concurso foi dado na sessão ordinária dessa quinta-feira, 5, quando a Câmara de Vereadores autorizou a abertura de crédito especial de R$ 272,7 mil no orçamento para a realização da iniciativa.
Do valor, R$ 172 mil vão custear a contratação do Instituto de Arquitetos do Brasil, o IAB, que fará a coordenação do concurso, dará consultoria para a revisão do termo de referência, fará a divulgação do certame com a criação de um site e também formará a comissão julgadora; com dois arquitetos da cidade, dois arquitetos gaúchos de renome e mais um arquiteto com reconhecimento nacional em projetos do tipo. “Esta é a única forma de contratação em que o Município tem opção de escolha entre duas ou mais propostas. Além disso, o concurso ajuda a divulgar a cidade em nível nacional e todos os profissionais locais são convidados a participar”, destaca a arquiteta Karina Daudt, da Prefeitura.
Os arquitetos vão se basear em um termo de referência já pronto, do que a Administração Municipal quer que conste no Centro Administrativo. Os profissionais com os melhores anteprojetos arquitetônicos, que trarão o layout e características mais conceituais da construção, receberão prêmios de 70, 20 e 10 mil reais, respectivamente. É um atrativo que, segundo o governo, deve incentivar a participação de mais pessoas. O primeiro lugar, então, ganhará o contrato para a elaboração do projeto completo, avaliado em R$ 700 mil para incluir projeto elétrico, estrutural, hidrossanitário, paisagístico, de drenagem, PPCI, dentre outros.
Será regra que, na elaboração dos anteprojetos, os participantes já terão que considerar, como limite de custo da construção, um valor de R$ 18 milhões. “A execução, inicialmente, deverá ser feita com recursos próprios extraorçamentários, por meio da venda de imóveis do Município que estão sem uso. O que faltar possivelmente será financiado”, destacou a Administração, em nota ao Ibiá. “Cabe lembrar que a edificação do novo Centro Administrativo reduzirá sensivelmente as despesas do Município com aluguéis, que hoje giram em torno de R$ 70 mil por mês.”
A construção do Centro Administrativo é uma promessa de campanha de Gustavo Zanatta e Cristiano Braatz que destacam que, além da redução de custos, a unificação dos setores em um só lugar trará mais agilidade aos processos administrativos. Ainda não há definição de que forma, quando a obra for efetivamente concluída, passará a ser utilizado o Palácio Rio Branco, atual sede da Prefeitura.
Vereador tentou pedir vistas à abertura de crédito
Na sessão em que a abertura de crédito para o concurso foi autorizada, o vereador Paulo Azeredo (PDT) pediu vistas do projeto, por duas sessões. Ele defendeu que o termo de referência, do que se quer no novo prédio, fosse mais debatido, citando pontos como a possibilidade de um auditório maior e uma melhor área de estacionamento. “Esse projeto precede um programa de necessidades”, defendeu. Junto a ele, a vereadora Camila Oliveira (Republicanos) disse concordar com a necessidade da obra, mas discordar de concessão de prêmio pelos anteprojetos arquitetônicos. “Acredito que tenhamos outras prioridades, como a Saúde”, opinou. O pedido de vistas acabou rejeitado e, indo à votação, a abertura de crédito foi aprovada com o voto contrário dos dois.
Em defesa do concurso, o vereador Juarez Vieira da Silva (PTB) salientou que o valor empregado na premiação deixará de ser gasto com a contratação de um profissional que faça o anteprojeto. Segundo o governo, os R$ 70 mil do primeiro prêmio são valor de tabela da IAB para anteprojetos de 4.500 metros quadrados, tamanho previsto para a obra. Felipe Kinn (MDB) também foi em defesa da iniciativa e disse torcer que um profissional da cidade seja o vencedor. À favor, Ari Müller (PP), destacou as atuais dificuldades com o andamento de simples processos de manutenção de máquinas, que precisam passar por setores da Prefeitura em prédios espalhados pela cidade; mas fez questão de pedir cautela na busca por recursos para a execução da obra, especialmente sobre novos financiamentos. “Nós não podemos ter um segundo Projeto Cura”, alertou.