A secretária de Saúde de Montenegro, Cristina Reinheimer, encaminhou ao gabinete do prefeito Zanatta requerimento para a abertura de uma sindicância sobre o “Caso Aline Gonçalves”. O foco dos trabalhos será a apuração dos fatos envolvendo o falecimento da mulher no início deste mês. Familiares de Aline acusam a secretaria e o Samu de negligência no atendimento prestado.
“Tendo em vista que esta secretaria municipal de Saúde está comprometida em desenvolver um trabalho de excelência na Saúde Básica, zelando para que todos os setores a ela afetos tenham atendimento de qualidade, viemos por meio desta requerer a abertura da sindicância para que sejam apurados os fatos do óbito da sra. Aline Gonçalves, conforme matéria publicada pelo Jornal Ibiá, em 16 de julho de 2021”, escreveu a secretária em documento obtido pela reportagem. Ele foi protocolado nessa sexta-feira, 23 de julho.
Na quinta-feira, 22, a vereadora Camila Oliveira (Republicanos) anunciou que a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Câmara de Vereadores, da qual a presidente, também vai se reunir para discutir o assunto. A reunião deve ocorrer ainda nesta quinta-feira, 29. Na tribuna, a parlamentar citou a reportagem e destacou querer que os fatos venham à tona e que sejam devidamente esclarecidos.
Em contato com a Assessoria de Comunicação Social da Secretaria Estadual da Saúde (SES), responsável pela gerência das equipes da Samu nos municípios gaúchos, o Ibiá foi informado que “o processo regulatório, na sua totalidade, foi realizado de forma adequada”. “De acordo com os sinais vitais enviados pela equipe de atendimento local do Samu e os dados fornecidos pelo solicitante, o médico regulador chegou à conclusão de que a paciente seria deixada no local, porque no momento do atendimento apresentava sinais vitais dentro da normalidade e estava acompanhada de 03 (três) pessoas dentro da casa, que se pressupõe cuidariam da mesma e, caso houvesse qualquer mudança ou dúvida, estariam novamente ligando para o 192”, relatou, em nota, a Assessoria.
Ainda de acordo com a SES, este protocolo de atendimento deve seguir o mesmo, e garante que vem somando esforços para “agregar tecnologia de ponta e profissionais treinados e qualificados para cada vez mais melhorar/aprimorar e seguir prestando um serviço de excelência à população que faz uso do link 192 no estado do Rio Grande do Sul”. O atendimento já foi auditado pela pasta.
Relembre o caso
Familiares de Aline relatam que ela, com fortes dores de cabeça, procurou atendimento médico na secretaria de Saúde, mas não conseguiu por não possuir documento de identidade. Também, que na noite do falecimento, ela passou mal em casa; que o Samu foi acionado e, no atendimento, o técnico entendeu que ela não precisaria ser levada para o hospital. Aline foi dormir e acabou morrendo, vítima de um derrame cerebral.
O Samu do município garantiu que seguiu todos os protocolos de serviço e que, no momento do atendimento domiciliar, não haviam indícios da necessidade de encaminhamento ao hospital. Sobre o acesso anterior à secretaria de Saúde, a secretária Cristina apontou que o documento de identidade é solicitado, mas pontuou que as equipes são orientadas a usar do bom senso para que pessoas com sintomas mais graves não sejam prejudicadas.
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