Infiltrações e piso cedendo interditaram duas salas, gerando protestos de pais de alunos
Os problemas estruturais na Escola Municipal de Educação Infantil Doutor José Flores Cruz voltaram a motivar protestos de pais de alunos. Eles reclamam da situação das salas, algumas delas interditadas devido às goteiras, infiltrações e piso cedendo. Os pais dizem que a umidade e mofo têm ocasionado problemas de saúde nas crianças.
A creche do bairro Aeroclube atende cerca de 370 crianças, de 4 meses a 6 anos. Os pais registraram vídeos e fotos mostrando as goteiras, com baldes espalhados por salas e corredores. A situação se agravou em decorrência do grande volume de chuva que ocorreu recentemente.
Em março deste ano, o jornal Ibiá já destacou, inclusive com manchete de capa, o risco que corriam os alunos e professores devido aos problemas estruturais e na fossa aberta na Emei. Além do piso cedendo, colunas e pilares de sustentação estavam praticamente esfarelando em grandes pedaços de concreto. A Prefeitura executou a construção da fossa, sendo que depois parte do trabalho teve de ser refeito. Mas a situação do piso e sua sustentação ainda não foi solucionada. Agora também surgiram as infiltrações.
Inaugurada em 2004 e ampliada quatro anos depois, a escola é de grande importância para atender às crianças e famílias dos bairros Aeroclube, Zootecnia e arredores. Entretanto, as questões estruturais têm ocasionado preocupação. Na semana passada um grupo de mães esteve na Câmara de Vereadores e durante a sessão ordinária de quinta-feira os vereadores Paulo Azeredo (PDT) e Talis Ferreira (PP) se manifestaram sobre os problemas na creche, inclusive mostrando vídeos e fotos, pedindo solução com urgência. O tema também virou destaque na imprensa estadual.
Protestos dos pais
Tainara Brena diz que a estrutura da creche está abalada, ocasionando vários problemas. “Está chovendo dentro como se estivesse na rua, jorrando água”, conta, citando que em dias de chuva não leva seu filho, de 2 anos e meio, para a EMEI. Segundo ela, além das infiltrações, continuam problemas na fossa e rede elétrica, inclusive impossibilitando o funcionamento de aparelhos de ar-condicionado.
Outra mãe, de criança de 1 ano e 3 meses, diz que seu filho teve que mudar de sala, ficando com outras crianças e professoras, devido a interdição. “Semana passada colocaram um balde debaixo de uma lâmpada, onde caia água. A sala estava inundada”, relata, dizendo que os problemas já ocorrem faz cerca de cinco anos. E uma terceira mãe, de um aluno de 1 ano e 8 meses, diz que a sala de seu filho é a que está em piores condições. “Está muito perigoso”, teme, sobre os riscos para as crianças.
Abertura de licitação
A reportagem esteve na escola na manhã de ontem, terça-feira. Foi verificada a situação de mofo, decorrente da umidade e infiltrações, na área de convivência, aonde estão os brinquedos das crianças. Duas salas estão interditadas devido ao piso estar cedendo.
Assessora especial da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC), Riviane Bühler diz que a cobrança dos pais é legítima e que os problemas estão sendo resolvidos pela Prefeitura. Ressaltou que são questões que já vem de muitos anos. “A questão da fossa já foi resolvida e também foi feito um reforço nos pilares. Agora queremos fazer uma solução definitiva”, afirma, informando que foi feito um projeto e aberto processo com dispensa de licitação devido à urgência. Entretanto, alega que na análise de documentos foi constatado que a empresa que executaria a obra não possuía a documentação necessária. “Logo em seguida se abriu o processo licitatório e agora no dia 7 de julho serão apresentadas as propostas. Acredita que entre 20 e 30 dias deve ser definida a empresa que vai assinar o contrato e executar os trabalhos. Conforme Riviane, a contratação emergencial é para os reparos para solucionar os problemas de infiltrações.
De acordo com o engenheiro Orlando Aguilera, da Secretaria Municipal de Obras Públicas (SMOP), o conserto da fossa foi realizado. “Ainda não foi emitido o termo de recebimento da obra, pois é necessário realizar uma regularização do reaterro de solo”, explica. Já quanto ao reforço estrutural de algumas salas, depende da licitação. “Havendo interessados, será homologada a empresa de melhor proposta e analisada toda documentação.
A Administração Municipal deseja iniciar as obras o mais breve possível. As salas permanecem interditadas por questão de segurança dos alunos e funcionários”, completa. O engenheiro Orlando elaborou os projetos da fossa e do reforço estrutural. E agora está apoiando a SMEC para fazer o conserto no telhado. Sobre as infiltrações que estariam ocorrendo nas áreas de corredores e sala 3, afirma que já foram levantados os quantitativos e serviços necessários baseados na base de dados SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), para consertar o telhado. “Foi elaborado memorial descritivo para orientar os serviços a serem realizados. Está sendo elaborado o edital para contração de empresa que realize este conserto. Este tema está sendo levado como prioridade e urgência pela SMEC e SMOP, pois desde o ciclone a situação se agravou. Respeitando os prazos legais para contratação, a administração municipal vem se empenhando para realizar o conserto o mais breve possível, para resolver o problema”, conclui.
A Prefeitura informou que técnicos estão avaliando todos os prédios da educação que apresentaram problemas para definir soluções individuais. “Todos serão resolvidos em breve”, garante a Administração Municipal, sobre os problemas identificados em várias escolas devido ao grande volume de chuva decorrente do ciclone extratropical.