Prefeitura busca contratação “definitiva” de empresa para coleta de lixo

Licitação prevê prestação de serviços por até cinco anos

A Prefeitura de Montenegro divulgou, na última semana, um aviso de retificação do edital para contratação de uma empresa especializada na realização de serviços de coleta e transporte de resíduos sólidos. A previsão é que no dia 17 de agosto, às 9h, no Espaço Cultural Braskem da Estação da Cultura, sejam abertos os envelopes contendo a documentação de habilitação das empresas interessadas em participar da licitação.

De acordo com a secretária de Meio Ambiente do Município, Taís Führ, a retificação ocorreu devido a um pedido de informações de um possível participante da licitação, que ficou na dúvida sobre a redação do texto, quanto à exigência de qualificação técnica. “Constatada a divergência, o item foi alterado e retificado o edital, respeitando as disposições da Lei 8.666/93”, explica Taís.

Conforme está especificado no edital, a licitação será do tipo Menor Preço, tendo dois lotes. A secretária afirma que o processo vai funcionar da mesma forma que ocorre hoje, no contrato emergencial, sendo a divisão do processo por dois lotes, uma recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O Lote 01 será destinado para a Coleta de Resíduos Sólidos Urbanos, Coleta de Resíduos Sólidos Rurais, Coleta de Resíduos Sólidos Seletivos, Transbordo e Triagem dos resíduos. Já o Lote 02 tem como finalidade o Transporte para destinação final, em Minas do Leão, no aterro da CRVR.  “As empresas interessadas poderão apresentar suas propostas voltadas para cada um dos lotes ou ambos”, aponta Taís. O prazo final para o envio das propostas e documentos pelas empresas é 17/08, às 9h.

O edital prevê ainda que, após a homologação do processo licitatório, a empresa vencedora será chamada para assinatura do contrato no prazo de até 15 dias. O contrato terá vigência de 12 meses, prorrogáveis por iguais períodos, limitados a 60 meses, ou seja, cinco anos. Conforme a secretária, assim que a licitação for homologada, o contrato emergencial vigente se extingue automaticamente.

Entenda o histórico das licitações de coleta de lixo
O atual processo licitatório da coleta de resíduos foi aberto internamente pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) em maio de 2022, sendo que a publicação do edital ocorreu no dia 1º julho e foi retificado no último dia 15. No entanto, a Prefeitura vem buscando a contratação “definitiva” desde 2019, ainda no governo anterior. Em abril de 2021, o prefeito Gustavo Zanatta acabou revogando o processo licitatório aberto em 2019 devido a pedidos de impugnação e apontamentos do TCE. Um novo processo chegou a ser aberto, mas quatro meses depois, em agosto de 2021, também foi anulado em razão de pedidos de impugnação.

Durante todo esse período, o serviço da coleta de resíduos na cidade vem sendo prestado por empresas através de contrato emergencial. Segundo a secretária de Meio Ambiente de Montenegro, Taís Führ, quando o prefeito Gustavo Zanatta assumiu o Executivo Municipal já estava vigente um contrato emergencial. “A Administração Municipal, então, priorizou estudo técnico para realizar processo licitatório regular, o qual foi publicado em julho de 2021. Após pedidos de esclarecimentos, impugnações e apontamentos do TCE, o processo licitatório foi anulado para as devidas adequações, vindo a ser publicado novo processo licitatório. Nesse período, foram realizados cinco contratos emergenciais”, aponta Taís.

Em janeiro deste ano, lixo se acumulou nas ruas após empresa EcoSul abandonar os trabalhos na cidade

Em janeiro deste ano, o município viveu um período de incerteza na coleta resíduos, quando a empresa EcoSul, que prestava serviço de forma emergencial para a Prefeitura, abandonou os trabalhos e deixou a cidade. A coleta teve que ser realizada de forma improvisada, durante quase uma semana, com caminhões da Prefeitura até a contratação emergencial de uma nova empresa. Desde então quem presta serviço na cidade é a empresa Rodrigo Junges e Cia Ltda, de Tupandi.

Para a secretária de Meio Ambiente, o longo histórico de contratos emergenciais na coleta seletiva impossibilita tanto a Administração quanto os contribuintes de avaliar a qualidade da prestação dos serviços, uma vez que esses contratos são de curta vigência e de alternância dos prestadores de serviços. “A conclusão do processo licitatório, com a contratação definitiva do prestador de serviços, pelo prazo de até 60 meses, tende a garantir a execução de forma contínua, eficaz e mais vantajosa à Administração”, destaca. Ainda, conforme Taís, o encerramento dos contratos emergenciais trará outras vantagens, como um melhor diagnóstico da qualidade do serviço prestado. “A contratação de uma empresa definitiva possibilita também o dimensionamento da qualidade e da remuneração da prestação dos serviços, com o objetivo de atender plenamente a demanda dos usuários do serviço público”, conclui a secretária.

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