Além disso, Amoga devolverá ao Município prédio cedido
Os vereadores montenegrinos devem votar na quinta-feira, dia 12, um projeto do Executivo que prevê a abertura de crédito especial no valor de R$ 250 mil para serem destinados à causa animal. Entre os procedimentos contemplados pelo projeto estão consultas veterinárias com sedação, realização de partos, atendimentos a casos de queimaduras e ferimentos, eutanásia e exames variados.
A Administração Municipal já abriu processo para o cadastramento de empresas interessadas em prestar estes serviços. Com a destinação dos recursos, a Associação Montenegrina dos Guardiões dos Animais (Amoga) deverá devolver ao Município o prédio localizado no bairro Santa Rita que havia sido cedido à entidade em 2019 para a criação de um centro de recuperação de animais.
Na última sexta-feira, dia 6, a proposta foi explicada pelo prefeito Gustavo Zanatta e pelo vice-prefeito Cristiano Braatz para as representantes da Amoga Luiza Kimura e Eduarda Vogel e para a representante da Organização Não Governamental (ONG) Patinhas da Esperança, Claudete Eberhardt. O ex-secretário dos Direitos dos Animais de Canoas, Gabriel Gonçalves, também participou do encontro.
As organizações que atuam na causa animal de forma voluntária elogiaram a iniciativa e esperam pela aprovação do projeto na Câmara de Vereadores. “Com certeza, é uma grande notícia. Aguardamos por isso há muito tempo”, revela Claudete. O prefeito ressaltou que o projeto atende a antigas demandas dos defensores dos animais, como a necessidade de verbas para atendimentos em casos de doença ou atropelamento, por exemplo. “Sabemos que vocês acabam se dedicando e usando recursos próprios para uma questão de saúde pública. Queremos resolver este problema e estamos dando um passo importante”, disse Zanatta.
Projeto em terreno não avançou
Três anos após receber a concessão de uso de um terreno da Prefeitura localizado no bairro Santa Rita, a Amoga não conseguiu colocar o projeto previsto para o local em funcionamento. A ideia inicial era que na área, que já possui uma edificação, passasse a funcionar um centro de recuperação para animais feridos doentes e no cio, para serem tratados e castrados.
No entanto, após orientação do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-RS), foi descoberto que, legalmente, o centro de recuperação para animais feridos não seria possível de ser implantado. O local teria que ser transformado em um canil ou em uma clínica veterinária. “Canil nós nunca quisemos, porque é um lugar de acúmulo de animais. Então, nós optamos pela clínica, só que o custo é muito mais alto e precisa de mais estruturação”, comenta Luiza Kimura, presidente da Amoga.
Em função da adaptação do projeto para uma clínica veterinária, ficou mais difícil conseguir o valor necessário para a implantação. “A gente conversou com alguns vereadores, que tentaram alguma emenda parlamentar, mas nada disso foi conseguido. Nós também apresentamos o projeto para algumas empresas, mas nenhuma tinha recursos para a causa animal no momento”, disse Luiza.
A concessão de uso previa um prazo de três anos para a Amoga implantar no local o centro de recuperação para os animais. O prazo venceu no último dia 15 de fevereiro. Com isso, a entidade corria o risco de perder o direito de uso da área. Com o projeto da Prefeitura que destina R$ 250 mil para a causa animal, a Amoga devolverá ao Município o prédio localizado no bairro Santa Rita. Conforme a Administração Municipal, o terreno deve ser destinado para a instalação de empresas.