Prefeito de Cachoeirinha quer impedir a vinda de empresas a Montenegro

Miki Breier não quer perder as três indústrias que anunciaram interesse no Polo da Química

O anúncio da mudança de sete empresas para o futuro Polo da Química, em Montenegro, trouxe alegria e esperança de melhores tempos para a economia entre os montenegrinos. Mas, na outra ponta, teve quem não gostou da notícia. Dos sete, três empreendimentos que assinaram o protocolo de intenção para instalação por aqui têm unidades no município de Cachoeirinha. E o prefeito de lá, Miki Breier (PSB), já está se mexendo para tentar mudar as coisas.

Conforme o jornal local “Seguinte”, Breier incumbiu seu secretário municipal de Planejamento a procurar a Crivela, a Quimicamar e a Tecpon – as três empresas em questão – para buscar reverter a adesão ao protocolo de transferência. A mudança para Montenegro estaria sendo acertada para ocorrer até 2021.

“Empresas já saíram em troca de incentivos e depois voltaram porque, em escala, perdiam dinheiro. A logística de Cachoeirinha é melhor”, alarmou o prefeito ao jornal “Seguinte”. Ele garantiu, no entanto, que não quer entrar em uma guerra fiscal com Montenegro, pois não teria condições de barganhar com os empresários.

Por aqui, a Prefeitura oferecerá o serviço de terraplanagem para instalação das empresas; e já anunciou o envio de um Projeto de Lei à Câmara de Vereadores com incentivos específicos a empreendimentos que se instalem no Polo da Química. O texto deve chegar ao Legislativo nos próximos dias.

O Ibiá contatou o Sindicato das Indústrias Químicas do Estado (Sindiquim), uma das entidades por trás do projeto do Polo em Montenegro, para entender a questão. E conforme o presidente, Newton Mario Battastini – que é diretor da Tecpon, uma das empresas de Cachoeirinha que deve vir para o Município – dificilmente o movimento do prefeito Breier poderia prejudicar as tratativas.

“Eu, que represento o Sindicato, e as empresas, não podemos entrar nessa briga. A empresa tem que procurar o que é de viabilidade econômica para ela”, ressalta. “O problema é que, em Cachoeirinha, as empresas não têm mais para onde expandir. Essa é a questão. Não tem como fazer o registro de uma empresa para ampliação em um Município onde é misturada a Indústria com a área onde fica a população.”

MAIS ATRATIVO

Em Montenegro, o projeto do Polo busca aproveitar toda a estrutura do complexo formado, hoje, pelo Polo Petroquímico de Triunfo, o Distrito Industrial de Montenegro, o Distrito Industrial de Triunfo e o Sitel para oferecer vantagens de logística e competitividade a empreendimentos do segmento químico. Lá, usufruindo da proximidade com a BR-386 e o Rio Caí, e também com as empresas de 1ª e 2ª geração da cadeia Petroquímica – segmento dominado pela Braskem – que fornecem a principal matéria prima dos novos empreendimentos.

“O Polo da Química poderia ter sido feito no Polo de Alvorada ou no de Rio Grande. Mas em Montenegro já está tudo esquematizado para ser da Indústria Química. Ele já está todo preparado”, destaca o presidente do Sindiquim. Ele avalia que, no caso das três empresas de Cachoeirinha, a mudança deva ser na parte de operação das indústrias, com a parte administrativa seguindo no Município original.

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