Conferimos os valores de itens básicos e a alta foi em média de 20% nos últimos dois meses
Os alimentos essenciais que abastecem a dispensa do brasileiro tiveram alta de preços nos últimos meses. Observa-se que durante a pandemia, muitos consumidores, com medo de faltar produtos na prateleira, fizeram um “estoque” em suas residências que contribuiu para escassez de produtos nos supermercados. Outros motivos que contribuíram para este crescimento excessivo de valores foram o aumento da exportação, a alta do dólar e o encarecimento do custo para os produtores.
De acordo com dados do IBGE, a inflação subiu 0,94% em outubro, maior alta para o mês desde 1995. No ano, a prévia da inflação acumulou alta de 2,31% e em 12 meses atingiu 3,52%. Em Montenegro, a situação não é diferente. Em setembro o Ibiá pesquisou os preços de alimentos básicos nas compras das famílias e quatro diferentes mercados. Agora, início de novembro, refizemos essa busca para mostrar como os preços evoluíram.
Comparando o valor atual do pacote de um quilo do arroz branco com o apresentado sem setembro, o percentual é de 28% de crescimento, considerando os valores mais baixos encontrados. Já o feijão, que completa a preferência dos brasileiros, teve alta de 69%, se comparado ao ofertado nos supermercados em Montenegro há 60 dias. O óleo de soja está na prateleira hoje, com 20,7% a mais, comparando com o mesmo período.
A inflação assusta os montenegrinos
Quem frequenta os mercados com frequência percebe o aumento nos preços a cada passada no caixa. Solange Fátima de Arruda Lima, moradora de Capela de Santana, se desloca para Montenegro à procura de preços mais baixos. “O arroz e o feijão subiram muito e o óleo quebrou as pernas”, desabafa. Ela informa que faz suas compras de acordo com as promoções semanais, que pesquisa nos encartes dos supermercados montenegrinos.
“Aumentou tudo, mas o preço da carne e do arroz percebi mais abusivos”, afirma Sirlei da Silva. Ela aponta, ainda, que na compra de seu rancho, gastava menos. “Há dois meses gastava em média R$ 800,00, e na minha última compra gastamos R$ 1.200,00”. Os números dizem que para esta família, a diferença foi de 33% a mais nos gastos com alimentos. Para a família de Silvana Bledoff, este percentual de aumento nos preços é o mesmo. “Há dois meses gastava R$ 300,00 com produtos básicos para alimentação e agora gasto R$ 450,00”.
Alguns preços caíram
A carne moída de segunda permanece com seu custo estável, mas não se pode afirmar o mesmo sobre a carne de primeira, que custa ao cliente 10% a mais no comparativo ao mês de setembro deste ano. O leite caiu 11,9% e o açúcar refinado ficou 4% mais barato desde a última pesquisa.
No final das contas
Na soma da pesquisa realizada em setembro, a compra mais barata custava R$ 50,83 e a mais cara R$ 53,08, considerando: arroz, feijão, carne moída de segunda, óleo, farinha de trigo, leite, ovo e açúcar refinado. Já na compra de novembro, considerando os mesmos produtos, no mercado mais barato o total foi de R$ 55,63, e na mais cara R$ 62,52. Considerando o mercado mais em conta, a alta foi em média 15% e, no mais caro, próximo de 25%.
VEJA A PESQUISA
LOJA 1 | LOJA 2 | LOJA 3 | LOJA 4 | |
Arroz branco | R$ 5,99 | R$ 4,39 | R$ 4,69 | R$ 6,29 |
Parboilizado | R$ 5,99 | R$ 4,70 | R$ 5,89 | R$ 5,59 |
Feijão | R$ 6,99 | R$ 6,75 | R$ 5,99 | R$ 7,99 |
Leite | R$ 3,59 | R$ 2,99 | R$ 3,29 | R$ 2,77 |
Óleo de soja | R$ 7,50 | R$ 7,99 | R$ 6,99 | R$ 7,49 |
Ovos (uma dúzia) | R$ 5,99 | R$ 6,99 | R$ 9,89 | R$ 5,59 |
Farinha de trigo | R$ 2,89 | R$ 2,89 | R$ 2,39 | R$ 3,19 |
Açúcar refinado | R$ 2,69 | R$ 2,59 | R$ 2,29 | R$ 2,69 |
Açúcar cristal: | R$ 2,69 | R$ 2,99 | R$ 2,49 | R$ 3,29 |
Carne moída: | R$ 29,99 | R$ 35,90 | R$ 35,99 | R$ 37,90 |
Carne moída de 2ª | R$ 19,99 | R$ 26,90 | R$ 26,99 | R$ 19,99 |
Valor Total | R$ 55,63 | R$ 61,49 | R$ 62,52 | R$ 56,00 |
Aumento Médio | 12% | 18% | 20% | 10% |