Ônibus. População não compareceu ao momento adequado para reivindicar
A Audiência Pública a respeito do transporte coletivo em Montenegro foi marcada pela ausência do povo. Salva a participação de representantes de associações de bairros e entidades representativas, que somaram nove pessoas, mas trouxeram temas importantes para o debate. Já a apresentação da empresa contratada pelo município para realizar estudo a cerca do sistema de ônibus mostrou que o valor da tarifa deve subir.
A responsável técnica da Prócidades Consultoria em Projetos Urbanos, Ida Bianchi, começou explicando que a empresa foi contratada para auxiliar na elaboração do processo que culminará no novo edital de licitação e no futuro contrato de concessão do serviço. Para isso seus técnicos viajaram pelas 14 linhas, que equivalem a 51 trajetos, avaliando e conversando com passageiros.
A Audiência é outro passo importante e legal, pois as sugestões e reivindicações trazidas na noite de ontem agora serão avaliadas. Caso sejam acrescidas ao processo, isso representará novo cálculo de custos e investimentos e consequente nova tarifa. Ela explicou que a nova concessão será por 10 anos, podendo, ou não, ser prorrogada por mais 10. Ida salientou que dentro desse período a fiscalização do governo municipal e a avaliação dos usuários será fator importante.
O vencedor da licitação será escolhido pela melhor proposta financeira, considerando a oferta de menor tarifa. Mas a técnica da Prócidades assinala que o valor da passagem não deve ser alcançado pelo corte de investimentos, mas sim pelo encolhimento da margem de lucro, que pode variar em 10% a 1% (sobre cada passageiros, após subtraídos os custos com este).
Esses parâmetros impostos pelas tabelas de custos elaboradas são para evitar a chamada “redução artificial”, na qual após um período o operador passa a se queixar de prejuízos e pede logo reajuste no preço cobrado. Questionada pelo Ibiá se em outros municípios que fez assessoria presenciou empresários do transporte reduzindo ao mínimo sua margem de ganho, Ida disse que sim. Ela revelou que a própria Vimsa venceu recentemente licitação em Estância Velha com essa oferta de 1% de lucro.
O contrato terá um valor estimado de R$ 79 milhões (lucro presumido em 10 anos), exigindo 23 ônibus (20 operantes e 3 reservas técnicas); para uma média anual de 210.830 passageiros e uma rodagem de 110.541 quilômetros/ ano. Os carros terão vida útil aceitável de 12 anos para as linhas da cidade e 15 anos para o interior. Já o cálculo de custo considerou um veículo com 8 anos. Ida explica que exigir zero quilômetro elevaria muito o preço da passagem (box).
O edital prevê a divisão em linhas Urbanas e Rural, mas o serviço de transporte foi ofertado às empresas em Lote Único, subdividido em Urbano Convencional, Urbano Seletivo (micros) e Interiorano Convencional. O vencedor leva todos.
Simulações dos valores das tarifas
Atual sistema/ 10% de lucro
Convencional = R$ 3,66
Seletivo = R$ 4,39
Com taxa de lucro a 1%
Convencional = R$ 3,33
Seletivo = R$ 4,06
Com ar-condicionado nos veículos
Convencional = R$ 3,80
Seletivo = R$ 4,66
Exigindo frota zero quilômetro
Convencional = R$ 7,10
Seletivo = R$ 8,62
Sugestões e pedidos
Airton Quadros/ presidente da União Montenegrina das Associações Comunitárias (Umac) – Porto Garibaldi necessita de dois horários (8 e 18 horas) para atender demanda de estudantes e trabalhadores;
Luis Fernando Ferreira/ associação Cinco de Maio – Próprio projeto da Prócidades mostra o mapa de Montenegro divido em duas áreas. Seria possível, ao invés de rotas fixas levando ao Centro, que a Prefeitura crie linhas circulares entre Timbaúva e adjacências;
João Santos/ Umac/ Timbaúva – Diverge quanto ao valor mais alto do seletivo, pois anda menos e gasta menos; e porque não circula na periferia. Pensa ainda que pelo custo que representa o cobrador, acha que deveriam voltar, pois é inseguro o motorista dirigir e cobrar;
Vereador Cristiano Braatz – Recebe muitas queixas quanto ao conforto, linhas e horários. Quer saber se Prefeitura irá avaliar essas alterações para melhorar o serviço;
Carliane Pinheiros – Kaká/ usuária do Senai e integrante da CUFA – Senai é muito grande e tem muitos moradores, precisa de linhas que passem pelo Hospital Montenegro;
Sérgio Puchulu/ Umac – Preocupado com o uso do cinto de segurança, que não há nos ônibus;
Eliane da Rosa/ OAB – vereador Juarez Vieira da Silva – Comunidades mais distantes da sede do município, como Bom Jardim, pedem mais atenção com linhas que passem no Centro e que tenha mais horários.