PRESTADORA nega irregularidades e faz acusações contra a Prefeitura
Muitos moradores de localidades na região de Costa da Serra e Vapor Velho ainda seguem com as sacolas do lixo que deveria ter sido recolhido na quarta-feira passada, 22, da frente de seus imóveis. São vários os montinhos de resíduos ao longo das estradas. “Passou Natal, vem fim de ano, e esses lixo tão aí na frente das casas”, reclama a moradora de Campo do Meio, Maria Perpétua Soares.
Com comércio às margens da BR-470, Nestor Immig recolheu os seus resíduos da rua e colocou pra dentro do pátio assim que confirmou, na última semana, que o caminhão de lixo não ia, verdadeiramente, passar. “Toda quarta passava. Então, na terça de noite, a gente coloca pra rua”, relata. Vários vizinhos, porém, mantiveram as sacolas na rua à espera do recolhimento que, pelo cronograma, deve voltar a ocorrer nessa quarta, 29.
Segundo a Administração Municipal de Montenegro, que contrata o serviço terceirizado, o problema não é só no interior. “São várias queixas diariamente de moradores em cujas ruas os caminhões não passaram ou não levaram o lixo de todas as casas”, relata o secretário de Meio Ambiente do Governo Zanatta, José Clébio Ribeiro da Silva, em nota enviada ao Ibiá. Segundo ele, desde que o contrato com a Ecosul Ambiental foi renovado, nesse mês, problemas começaram a ocorrer. A Prefeitura emitiu 21 notificações contra a empresa só nos últimos dias; e a reportagem apurou que mais estão por ser protocoladas.
“No dia 22, por exemplo, os caminhões só saíram da garagem – e com grande atraso – depois que a fiscalização comprovou uma denúncia de que estavam parados e notificou a empresa”, revela o titular do Meio Ambiente. Ribeiro conta que a pasta recebeu informações de que a empresa estaria passando por problemas financeiros; acarretando nas dificuldades. “Precisamos deixar claro que a responsabilidade não é da Prefeitura, que vem cumprindo suas obrigações com a Ecosul rigorosamente como estabelece o contrato”, enfatiza.
A Administração coloca que não está conseguindo sucesso ao dialogar com a empresa e que, por isso, está usando das ferramentas previstas no contrato para pressioná-la. Não havendo normalização, é prevista aplicação de multa e, em última instância, a rescisão do contrato. O contrato atual pra coleta de lixo ainda tem caráter emergencial enquanto tramita o processo licitatório para a contratação oficial. O valor atual dele é de R$ 250 mil por mês.
Empresa nega problemas e avalia levar questão pra Justiça
O Jornal Ibiá conseguiu contato com um representante da empresa nessa terça-feira, 28, e ele contestou as informações da Prefeitura. Negou que a empresa esteja passando por problemas financeiros; e esclareceu que o boato surgiu após o cartão usado para o abastecimento dos caminhões ter sido bloqueado por uma falha de sistema, o que foi solucionado assim que contatada a empresa responsável.
O representante, que pediu para ser referenciado apenas como um porta-voz da Ecosul Ambiental, sem revelar o nome, diz que a prestadora de serviços não teria sido avisada sobre o prazo de renovação do contrato com a Prefeitura; e que a Administração Municipal, inclusive, estaria em tratativas para contratar uma outra empresa. Quando soube do processo, a Ecosul foi atrás e fez a renovação. “Esse nosso contrato foi renovado contra a vontade da Prefeitura. Por isso que, qualquer coisa, eles estão nos notificando”, denunciou.
O representante da empresa relatou, ainda, que o problema para a saída dos caminhões, citado pelo secretário de Meio Ambiente, se deu devido à questão do cartão de combustível; que foi resolvido. “A coleta está normal, sem nada para trás”, garantiu. Por outro lado, ele não soube esclarecer o que houve com a localidade de Campo do Meio e arredores que, de fato, ficaram sem o serviço. Após toda a situação, a Ecosul avalia entrar com ação judicial contra a Prefeitura de Montenegro. O governo municipal preferiu não responder às alegações.