População indica prioridades ao governador

Apesar da crise na economia gaúcha, é grande a expectativa da população sobre Eduardo Leite

Todos sabem das dificuldades que o governador eleito do Rio Grande do Sul precisará enfrentar a partir do dia 1º de janeiro de 2019. Eduardo Leite conquistou o voto da maioria dos gaúchos dizendo que tem os remédios necessários para “curar” as finanças do Estado e, embora haja uma certa compreensão neste sentido, existem demandas que terão de ser atendidas rapidamente.

Uma delas é a regularização dos pagamentos dos servidores públicos, que são liquidados com atraso há mais de três anos. Mas a população também está impaciente por soluções para a falta de segurança, as filas na saúde e a queda na qualidade do ensino, produzidas por décadas de baixos investimentos. Diante da urgência na adoção de soluções, a tendência é de uma lua-de-mel curta. Veja o que os contribuintes da região esperam que seja feito primeiro na nova gestão.

Marcelo Luis Wisnsecki, 44 anos, empresário – “O primeiro ato deve ser buscar, junto ao governo federal, um entendimento sobre a saúde financeira do Estado, ajustes sobre a questão tributária em nível federal e o que retorna de dinheiro pro Rio Grande do Sul. Hoje somos um Estado literalmente quebrado e nós, contribuintes, estamos pagando essa conta com impostos mais altos do que em outros estados, o que acaba por virar uma ‘bola de neve’ que dificulta o investimento das empresas aqui e projudica o dia a dia do povo gaúcho.”

Ricardo Kraemer, 52 anos, professor – “Espero que o futuro governador tenha muito diálogo com a sociedade gaúcha, saiba conversar com todos, em especial com os servidores públicos. Que tenha a sensibilidade na construção de soluções para os graves problemas que irá enfrentar e pense, em primeiro lugar, no bem do povo gaúcho, em especial daqueles que mais precisam das políticas públicas. Que suas primeiras ações sejam voltadas para a educação, corrigindo a grande injustiça que o governo comete contra os professores que estão com salários atrasados e sem reajuste desde 2014.”

Leonardo Alex da Silva, 22 anos, administrador – “O problema mais claro e mais delicado, na minha opinião, por envolver uma questão mais social, é o parcelamento e atrasos nos vencimentos do funcionalismo. Nessa questão, a curto prazo, não existe mágica. O que deve ser feito é tentar mais uma vez, porém agora com uma nova Assembleia, a aprovação da PEC do duodécimo, a PEC que propõe alteração do repasse aos poderes.”

Monaliza Furtado, 40 anos, professora – “O primeiro ato deve ser um pronunciamento sobre como vai acabar com o parcelamento dos salários do funcionalismo público. Eu sou professora municipal, mas acompanhei a luta dos professores estaduais no sentido de terem seus salários em dia. Além disso, a falta de recursos básicos para a educação trouxe muitos prejuízos às nossas crianças e adolescentes, que carecem de um investimento justo nessa área.”

Eduardo Gonçalves Pereira, 30 anos, professor de Educação Física – “Nosso governador deverá trabalhar muito para mudar a situação financeira do estado. É preciso priorizar saúde, segurança e o mais importante, a educação. Deverá ter comprometimento com os professores. Escolhemos esta profissão pelo amor de lecionar e todos merecem salários em dia, pois sem educação não somos nada. A valorização do professor é o primeiro passo um futuro melhor.”

Lidian Santos, 38 anos, administradora – “Acredito que ele deva nomear a equipe e fazer um levantamento da situação financeira do Estado para mediar as ações a tomar a partir de janeiro. Acredito que deva colocar em dia os salários dos professores e brigadianos e de todos os servidores. O atual governador deixou de cumprir os pagamentos, de forma injusta, para cobrir outros pagamentos. É o mesmo que um cidadão receber seu salário no final do mês e escolher não pagar algumas contas, para pagar outras e fazer novas dívidas. Isso não dá certo a longo prazo. Somente criando novas políticas de incentivo fiscal para atrair empresas novas, gerando receitas e empregos e aquecendo a economia do Estado, que vai se conseguir arrecadar mais do que gastar e pagar todas as dívidas do Estado.”

Fabiano de Lima, 42 anos, implantador de sistemas – “Traçar metas e planejamentos baseados nos estudos de conhecimento da real situação da máquina, atuando fortemente na segurança pública, atraindo investidores através de subsídios e fomentando o empreendedorismo. A economia precisa respirar.”

Ivanio Benvenutti, 48 anos, profissional de e-commerce – “A primeira coisa a ser feita pelo novo governador do Estado é normalizar o pagamento de salários dos servidores públicos do Rio Grande do Sul. A corda não deve estourar desse lado.”

Cleiton Perdiz, 21 anos, universitário – “Espero que valorize os professores com os recursos que ele afirmou que o Estado tem e que mantenha o salário em dia, sem deixar os investimentos na Educação de lado. Espero mais comprometimento com os hospitais, inclusive com o da nossa cidade, que ele visitou e foi informado das necessidades. Nada a mais do que ele mesmo prometeu.”

Rosane Reinheimer, higienizadora, 56 anos – “Regularização dos salários do funcionalismo. Repasse para área da saúde. Investir mais na área educacional e na segurança pública. Retomar a renegociação da dívida do Estado com a União. Rever a Lei Kandir, que isenta o ICMS das exportações. O Rio Grande do Sul foi o Estado que mais perdeu em arrecadação.”

Carlos Eduardo Vogt, 39 anos, enfermeiro – “Acredito que o primeiro ato do governador Eduardo Leite deve ser estudar as contas do Estado, traçar um plano viável de governo, baseado no que irá encontrar e expor de forma que o povo entenda que, dentro das condições atuais, irá fazer determinadas ações a curto, médio e longo prazo. E o mais importante: cumprir o que prometeu.”

Karina Olicheski, 39 anos, agente de negócios – “Não me ocorre outra coisa senão acelerar a questão do regime de recuperação fiscal. Ele permite uma janela de três anos, prorrogável por mais três, para o pagamento da dívida do Estado do Rio Grande do Sul com a União. Isto significaria uma economia de R$ 11,3 bilhões aos cofres públicos até 2020.”

Jaqueline Endres, 37 anos, microempreendedora – “Precisa realizar alguma ação efetiva em relação às finanças do Estado, buscando alguma alternativa para ter recursos em caixa. Isso será fundamental para não atrasar ou ter que parcelar o salário dos servidores, pois esta foi a marca do atual governo.”

Juliano Souza, 37 anos, mecânico – “Acredito que deveria rever a questão da Saúde, que está muito precária de modo geral, rever recursos para disponibilizar para essa área, reduzindo as filas e qualificando os atendimentos.”

Lucas Fabiano Kerber, 21 anos, motorista – “O ajuste fiscal que ele propôs deve ser o primeiro ato. Com um caixa com dinheiro pode-se investir no resto das coisas também.”

Janaina Hillesheim Pinheiro, 37 anos, terapeuta – “Acredito que deva fazer um ato conjunto entre educação, saúde e segurança pública, áreas que estão mais precisando.”

Norildo de Andrade, 51 anos, músico e militar da reserva – “Acredito que o novo governador deve priorizar o combate à sonegação fiscal.”

Liliane Porto, 34 anos, auxiliar de saúde bucal – “Nosso novo governador do Estado deve procurar novas soluções para o crescimento da economia.”

Jaime Bütenbender, 39 anos, promotor de eventos – “Resolver esse roubo que é a diferença da alíquota, para que os pequenos empresários possam disputar com vendedores de outros estados, assim vendendo mais e gerando mais impostos, o que gera mais receita, podendo pagar o funcionalismo em dia.”

Rafael Rosa da Costa, 24 anos, fotógrafo – “Acredito que o primeiro ato do governo de Eduardo Leite no Estado deve ser a redução de custos e da burocracia na aprovação de projetos e da carga tributária, e de investimento na Educação para a formação de mão de obra de qualidade para o mercado de trabalho.”

Jacob Appel, aposentado, 68 anos – “Acho que deveria pagar os funcionários públicos em dia, mas não vai conseguir porque o Estado está realmente quebrado. Também é preciso investir em saúde e segurança pública. Principalmente em segurança, pois tão roubando e matando ‘tipo bicho.’”

Valdecir Strelow, comerciante, 46 anos – “A primeira coisa que deveria fazer é aumentar a nossa segurança. Já tem melhorado, vemos mais viaturas nas ruas. Mas, com certeza, a maior preocupação com a minha família é a falta de segurança.”

Clarice Matte Kerber, 59 anos, agricultora aposentada – “Com urgência, a saúde pública, pois está a desejar. Eu sempre contei com a sorte, mas vivenciei absurdos. Depois, precisa valorizar mais o funcionalismo público, que se esforça ao máximo para cumprir com seu dever e, sem eles, a educação e os serviços essenciais perdem qualidade e o cidadão é muito prejudicado.”

Cláudia Lenhardt, 38 anos, secretária – “Diminuir os impostos, empregar mais e fazer a economia girar. O pagamento das dívidas do Estado deve ser realizado de maneira que não prejudique o trabalhador. Acredito que ele deva reduzir impostos para gerar mais empregos. As empresas automaticamente vão contratar mais com menos impostos, e isso vai gerar mais economia para o Estado.”

Lucas Kuhn, 23 anos, educador físico – “Investir em esporte e educação. Atividade física é saúde e ajuda a desafogar os hospitais.”

Maria Teresa Licks Machado, 46 anos, professora de Filosofia – “Penso que o novo governador deveria tomar medidas de valorização do professor, a fim de melhorar a educação, desde o ensino básico.”

Estevão Benites, policial militar, 54 anos – “Seria o pagamento dos salários até o quinto dia útil do mês e, posterior, o retorno para o último dia de cada mês. E o resgate da valorização do funcionário público. O parcelamento deixou o funcionalismo desacretidatado.”

Ana Carolina Vargas, 24 anos, auxiliar administrativo – “Acredito que maior investimento em educação e novas tecnologias de ensino sejam os primeiros passos para que haja preparo da população à inserção no mercado de trabalho. Somente por meio da educação podemos esperar um futuro mais promissor.”

Caroline Ritter, comerciante, 50 anos – “É preciso investir em segurança e saúde. Temos medo de trabalhar pela falta de segurança. Também é preciso ter leis e punições mais severas (para os criminosos).”

Rosângela Machado, auxiliar de lavanderia, 50 anos – “Tem tanta coisa, mas o principal é (investir) em saúde, segurança e educação. Tendo saúde, a gente vai longe, corre atrás de tudo que precisa.”

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