Tragédia. O policial militar fazia compras quando foi atingido por um disparo no pescoço
O soldado Emerson Daltri Tadielo, de 41 anos, morreu no início da tarde dessa quinta-feira, 4, ao ser atingido por um disparo de arma de fogo no pescoço. O fato ocorreu na localidade de Coxilha Velha, próximo à divisa entre Montenegro e Triunfo, quando o PM parou em uma loja, no quilômetro 391 da BR-386, para comprar um vaso de flores. Antes de falecer, ele afirmou à dona do estabelecimento comercial que os bandidos queriam levar o carro dele. Emerson era casado e tinha uma filha. Ele era lotado em Santiago e atuava na força-tarefa da Cadeia Pública de Porto Alegre.
Era pouco mais de meio dia quando o policial chegou na loja. Emerson e Inês Silva da Motta, dona do comércio, estavam na parte externa do prédio quando tudo começou. O PM estava levando o vaso para sua caminhonete quando dois homens, vestindo casacos com capuz, chegaram e logo anunciaram o assalto. “Foi tudo muito rápido”, conta Inês. “Ele puxou a arma e começaram a trocar tiros. Saí correndo”, lembra.
Em poucos instantes, os bandidos fugiram do local a pé. De acordo com o comandante do 5º Batalhão da Brigada Militar de Montenegro, tenente-coronel Rogério Pereira Martins, testemunhas viram os suspeitos entrarem em um carro. A Brigada Militar foi acionada e logo começou a fazer buscas pela região, mas, até o fechamento desta edição, ninguém foi encontrado.
Inês relata ainda que o policial parecia bem. “Ele foi caminhando até o local onde acabou falecendo, me pediu para chamar o Samu e disse que os bandidos queriam o carro dele”, detalha. Outros clientes que estavam na loja saíram às pressas. “Um casal estava aqui com duas crianças. Eles foram correndo para o carro apavorados”, diz Inês.
A comerciante lembra que há dois anos sua família foi vítima de um assalto. Exatamente no dia 5 de abril de 2017, bandidos levaram dois veículos. Ela também destaca o grande número de roubos de veículos num trecho de menos de dois quilômetros, que vai do trevo da RSC-287 e até a primeira comunidade de Coxilha Velha. Só em 2019 ocorreram três casos nos quais pessoas foram rendidas.
Paloma da Motta, filha de Inês, ficou apavorada ao ver a mãe no meio do tiroteio. “Eu queria ir lá, mas foi tudo tão rápido. Todo mundo se escondeu, mas eu fiquei aqui olhando o que estava acontecendo com minha mãe, achei que ela tinha sido atingida”, desabafa. “Eu chamei o Samu. Coloquei um pano
no pescoço do policial e fiquei segurando para tentar estancar o sangue, mas não adiantou. A gente quer ajudar, mas não sabe o que fazer. Fiz tudo que deu”, conclui Paloma.
Não há informações sobre o tipo de arma usada pelos bandidos, nem a quantidade de disparos efetuados durante o crime. O caso está sob investigação da Policia Civil de Triunfo.