TÉCNICA e empatia. O menino de apenas 10 meses se engasgou e foi salvo graças ao socorro rápido
A tarde dessa terça-feira, 09, foi de susto para a família do pequeno Nathan de Abreu Weschfelder, de apenas 10 meses. O menino se afogou logo após a amamentação e, por pouco, não perdeu a vida. A ação de familiares, da mãe do garoto, de vizinhos e da Brigada Militar foi determinante para a recuperação do pequeno.
Tatiele Conceição de Abreu, de 21 anos, estava no pátio da casa onde mora, no bairro Panorama, em Montenegro, quando o filho ficou estranho. “Ele começou a ficar roxo, gelado e a engasgar”, conta. Desesperada, a jovem gritou por socorro e foi atendida pela irmã, que mora na mesma residência. Tatiane Cristina de Abreu conta que pegou o sobrinho no colo, virou ele de bruços e começou a movimentá-lo, mas o menino não mostrou reação. “Nessas horas a gente fica apavorada. Não sabe direito o que deve fazer. A irmã dele, de quatro anos, começou a chorar. Ela achou que ele ia morrer”, diz.
Sem resolver o problema, ambas pediram ajuda para uma prima, vizinha do local. Outros moradores viram a situação e também tentaram auxiliar. Um deles ligou para a Brigada Militar. Da sala de operações do 5º Batalhão da Polícia Militar (5º BPM), o soldado Israel Silva da Cunha orientou a família sobre como proceder com os primeiros socorros enquanto o tenente Brum, do Programa Mais Efetivo, despachou a viatura repassando as informações para a guarnição. A viatura da Patrulha Comercial, composta pelos soldados Carin Daniele Gomes e Dieferson Ferreira da Silva, foi encarregada de ir até a casa.
Os policiais colocaram mãe e filho na viatura e os levaram para atendimento no Hospital Montenegro (HM). No caminho, a soldado Carin colocou em prática técnicas da Manobra de Heimlich, método utilizado para desobstruir as vias respiratórias trancadas por corpo estranho. No caso do bebê, pelo leite. “Temos que agradecer a Deus, aos vizinhos e aos policiais. Se não fosse por eles a gente não teria conseguido” comenta Tatiane.
Logo que chegou ao HM, o menino foi atendido e cerca de duas horas depois foi liberado. O pai de Nathan, David Weschenfelder, 25, precisou de muita água para se acalmar. Ele ficou sabendo do que havia acontecido com o filho através de uma ligação. Na hora, saiu da obra onde estava trabalhando e foi até o Hospital. Por pouco, David também não passou mal. “Acho que tomei uns seis copos de água”, conta, ainda tentando recuperar a coloração normal da pele, que ficou branca diante da notícia. “É uma sensação de alívio saber que agora ele está bem”, desabafa o pai.
Os soldados Ferreira e Carin Gomes experimentaram uma sensação, até então, nova em suas carreiras. Ambos estão habituados a prestar socorro a pessoas que passam mal em vias públicas, mas esse é o primeiro caso envolvendo uma criança com menos de um ano de vida. “É muito difícil ver uma criança com toda a vida pela frente passando por uma dificuldade. A gente se coloca no lugar dos pais, se fosse com o filho da gente, íamos querer que fosse prestado o melhor atendimento. Salvar uma vida é um sentimento especial”, avalia Dieferson.
A soldado Carin é mãe e se comoveu com a situação. Para ela, ter ajudado o pequeno é motivo de grande alegria. “A gente se coloca no lugar da mãe. Dá um alívio ter conseguido ajudar”, reitera.
Quando mãe e filho deixaram o hospital, os policiais estavam lá prontos para saber o estado de saúde de Nathan e para levá-lo para casa. Antes de levar a família, o soldado Ferreira lembrou das dificuldades enfrentadas pela falta de passagem nas ruas e rodovias. Muitos motoristas não dão lugar para os veículos de segurança, Bombeiros, Samu e outros, o que dificulta as ações de socorro a quem precisa ser levado com urgência aos hospitais.