A Páscoa significa passagem e é celebrada há mais de 2 mil anos para lembrar o êxodo do povo judeu, que ficou 40 anos caminhando de volta à terra prometida. Com o tempo ela adquire novos significados, o cristianismo, por exemplo, relembra a ressurreição de Jesus.
O coelho é um símbolo de nascimento e vida nova, devido a sua fertilidade e o ovo também simboliza o nascimento, visto que muitos animais tem sua existência do ovo. Quem passa pela frente das lojas nessa época do ano consegue notar o clima já nas fachadas. São coelhos, ovos e patinhas. Além disso, existem pessoas que alegram quem passa e incentivam a magia da data.
A comerciante Laisiane de Jesus é uma dessas pessoas. É o terceiro ano consecutivo que ela se veste de coelho da Páscoa e conversa com todos que passam em frente à loja onde trabalha, no centro de Montenegro. “Essa é uma ação muito bonita. Eu pego a criança, tiro foto, falo sobre o coelhinho da páscoa e abraço” relata.
A jovem diz que começou entregando panfletos para o estabelecimento, e que no mesmo ano já foi escolhida para ser o coelho. Seu jeito tímido não atrapalha em nada. “Se eu não estivesse vestida de coelho não conseguiria, mas com a roupa eu dou oi, danço e até sigo as pessoas”, brinca.
A data é muito mais que uma questão comercial para pessoas como Laisiane, que relata como é gratificante dar atenção especial para quem está passando. “Pode ser jovem ou idoso, eu abraço. No sábado passado eu abracei uma jovem, e a senhora que estava junto até agradeceu por eu ter feito isso, porque ela era muito tímida”, relembra.
Na cidade de Maratá, Elson Wadenphul, também se veste de coelho e contagia as crianças por onde passa. Como “Chocotosa”, coelha conhecida da cidade, já teve vários momentos marcantes. “Há crianças que deixam os bicos em troca do ‘pacotinho’, fazem pedidos especiais e até emocionantes para coelha, como ir até sua casa, pois a irmãzinha estava com febre e não pode ir até o evento”.
Voluntário em diversas ações sociais, o homem que dá a vida à “Chocotosa” relata que a ação é especial por ser e um período de reflexão e de doação. Elson lamenta que não tenham mais pessoas dedicadas ao voluntariado, atividade que traz grande satisfação em sua vida.
Um momento especial para quem precisa
A moradora de Montenegro, catequista e líder da Pastoral da Criança, Maria Isolete Martins da Silva, faz dessa data um momento reflexivo e diferente para pessoas da comunidade. No grupo de Isolete são cinco líderes que atendem os bairros Bela Vista e Municipal, nesta área são um total de 50 famílias acompanhadas.
Em datas festivas o grupo consegue parcerias com empresas para fazer uma celebração especial, mas na maioria das vezes é o próprio grupo que doa o necessário. “Nós fazemos essa festa desde que a pastoral existe em Montenegro, e é um trabalho bem social. A pastoral faz a celebração da vida uma vez por mês, pesamos as crianças, levamos algo especial para partilharmos no café e alguém para dar uma palestra” diz Isolete.
Na última festa de Páscoa das duas comunidades até o coelho da catequista fez uma participação. Nesse ano, a previsão é de que o coelho participe novamente da festividade, que acontecerá na quarta-feira após a Páscoa e contará também com pacotes de chocolates e doces; pinturas; atividades lúdicas; tortas e salgados e uma palestra relacionada ao dia.
“Como é a páscoa da ressurreição, nós pretendemos falar de Cristo e levar um padre para conversar com as famílias”, declara a voluntária montenegrina Maria Isolete.