RETORNO às atividades depois de um tempo de descanso torna-se mais produtivo.
As atividades de policiais e bombeiros militares exigem dedicação e vocação daqueles que optam por ingressar na carreira. E mesmo quando estão na reserva, os servidores precisam estar prontos para a possibilidade de serem chamados a retornar, a qualquer momento. Essa, para muitos, é a oportunidade de ver um outro lado da profissão e colaborar no desempenho das funções com a experiência obtida em outros tempos. Esse é o caso do tenente Celemias Goulart Nascimento, de 52 anos.
O tenente Goulart faz parte do quadro de policiais do 5º Batalhão da Polícia Militar de Montenegro (5ºBPM) desde 1992. Em 2012, aos 44 anos, entrou para a reserva. E um ano após foi convidado a retornar ao 5º BPM para trabalhar na 3ª sessão. Desde então, ele atua em funções administrativas e auxilia o comando da instituição. “Retornei voluntariamente. Vi que poderia ser uma boa e foi”, relata.
Goulart afirma que o período de um ano que esteve na reserva foi de grande importância, pois conseguiu descansar e se dedicar a atividades pessoais. “A rotina da atividade policial é muito estressante e exige muito da gente”, comenta. Mas poder voltar à ativa também foi motivo de alegria e de complemento da carreira. “Retornamos em uma situação mais tranquila, temos a possibilidade de aplicar nossos conhecimentos e auxiliar os colegas”, reitera.
O presidente Associação dos Oficiais da Brigada Militar e dos Bombeiros do Rio Grande do Sul, coronel Marcos Paulo Beck, lembra que pela Legislação em vigor, o Militar Estadual, (policial militar e bombeiro), passa para a reserva, após 30 anos serviço – o que esta agora sendo ampliado para 35 anos -. Quando na reserva, ao contrario das atividades civis, o militar continua com obrigações com a corporação, inclusive sujeito à Legislação Penal Militar.
As situações de risco e pressão às quais são expostos os agentes justificam a importância desse período na reserva. “A atividade de policial militar e dos bombeiros militares é extremamente desgastante, tanto que a vida média do Policial, segundo estatística, está em 58 anos de idade.Como enfrenta o crime em todas as suas manifestações, ele precisa ter plenas condições de defender a sociedade, física e intelectualmente”, explica o coronel.
Conforme Beck, normalmente os reservistas são convocados para atividades de apoio e administrativas, mas isso também pode ocorrer em outras situações. “Ele pode ser chamado em casos, por exemplo, de grave perturbação da Ordem Pública, como ocorreu no ano passado no Ceará, quando houve uma falência da Segurança Pública”, comenta.