TERMO foi assinado durante lançamento do Modelo de Gestão para o Sistema Prisional
O reaproveitamento de materiais é uma prática adotada há algum tempo na Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro Agente Jair Fiorin (PMEM), mas a partir desta terça-feira, 14, o processo de capacitação da mão-de-obra prisional ganhou um importante aliado. Uma parceria firmada pela direção da casa penitenciária com a empresa Montepel Assessoria Ambiental irá levar mais conhecimento sobre o manejo, como recolher os recicláveis e transformá-los em renda extra – que será revertida para ações educativas e aquisição de materiais para os próprios privados de liberdade -. A assinatura do terno de cooperação ocorreu durante o evento de lançamento do Modelo de Gerenciamento Sustentável para o Sistema Prisional, na própria Penitenciária.
Atualmente mais de 50 homens realizam algum tipo de atividade relacionada ao processo de reciclagem na Modulada. Seis apenados trabalham diretamente no galpão de triagem, onde é feita a separação do material. O local foi construído pelos presos, seguindo orientações do diretor da Montepel, João Batista Dias (o Tita). Nessa terça-feira, Tita ministrou uma palestra sobre a importância do destino correto dos resíduos. Divididos em pequenas turmas, o público-alvo ampliou conhecimentos sobre reciclagem e sustentabilidade. “Nós passamos para eles como funciona todo o processo e a importância de fazer a separação de resíduos. Quanto mais separado, mais valor o material tem.Queremos criar aqui uma cultura de reciclagem”, explica João Batista.
Edson Neves, diretor da Penitenciária, ressalta que a capacitação também é importante para o futuro desses homens. Depois de pagarem suas dívidas com a Justiça, eles terão a oportunidade de buscar colocação no mercado de trabalho. A parceria com a Montepel vem ao encontro do projeto de Modelo de Gerenciamento Sustentável para o Sistema Prisional, apresentado oficialmente para convidados nessa terça-feira. “Esse projeto foi concebido por um grupo de policiais penais e de técnicos penitenciários que perceberam a falta de referencial teórico e prático para ser utilizado como modelo de gestão no sistema penitenciário. Ele é baseado na descentralização e na desburocratização e visa a sustentabilidade ambiental e econômica” relata Edson, idealizador do projeto.
Luiz Benhur Nunes Calderon, delegado da Regional Penitenciária (1ºDPR), participou da cerimônia e destacou a iniciativa de Edson e sua equipe. “Vejo projetos dessa natureza não saírem da gaveta, muitas vezes, por receio dos gestores, que não sabem se irá ou não dar certo. Esse projeto é audacioso, mas tenho certeza que vai dar certo, por que conheço a determinação do Edson.”
Para Florêncio Castilhos, representante do Conselho da Comunidade para Assistência aos Presídios de Montenegro, projetos como esse são a oportunidade para que os detentos cumpram sua pena com dignidade e com perspectiva de um futuro melhor, fora da casa prisional. “Precisamos lembrar que na cadeia não tem só bandido. Temos que fazer o apenado sair daqui melhor do que quando entrou. Muitos não querem cometer crimes, mas falta oportunidade”, conclui Florêncio.
