Pavilhão da comunidade católica de Passo da Amora desaba

A dona de casa Liliane Aparecida Pereira Dias, moradora do Passo da Amora, acordou na madrugada desse sábado, dia 6, com um estrondo. Era o pavilhão da comunidade católica da localidade do interior que veio abaixo, por completo, por volta das 3 horas da manhã. O susto foi grande e, por sorte, não houve uma tragédia. “Graças a Deus, foi de noite e meu filho pequeno estava dormindo. Imagina se ele ou outra criança estivessem perto”, coloca.

O pavilhão já não sediava eventos há alguns anos. O último galeto da comunidade ocorreu ali há cerca de três, segundo a moradora, que vive com a família nos fundos do local. Mas ele ainda era usado para os atendimentos da unidade móvel de saúde do Município. Quando a unidade vinha, ali dentro ficavam esperando todos os pacientes. Era dali, inclusive, que era puxada a energia elétrica para uso nos atendimentos. Segundo Liliane, nunca alguma autoridade chegou a fazer vistoria na estrutura da edificação.

“Isso aqui já era uma tragédia anunciada, porque ele estava muito ruim”, pondera a dona de casa. Na semana passada, quando Montenegro foi atingido por fortes rajadas de vento, chegaram a cair telhas do pavilhão da comunidade. Foi o que a motivou a tirar seu carro da garagem, muito próxima do prédio, e deixá-lo na rua em maior segurança. Pois nesse sábado, uma das paredes que desabou caiu justamente em sua garagem, destruindo-a por completo.

“Graças a Deus que eu tirei o carro. Se não, eu tinha perdido. A gente só tem esse carrinho”, comenta. Liliane e o marido ainda avaliam o quanto custará para construir a garagem novamente.

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DESUSO

A comunidade católica de Passo da Amora pertence à Paróquia Sagrado Coração de Jesus, do bairro Timbaúva. O padre responsável, Luciano Royer, lamentou o ocorrido e atribuiu as condições do pavilhão ao esvaziamento da comunidade que já não tinha uma liderança que promovesse a realização de eventos e a manutenção da edificação. “Ela, há anos, não tem mais força. A comunidade está reduzida há poucas famílias que participam. Ao não mais fazer festa, manutenção, limpeza, certamente o cupim tomou conta, as madeiras que tinham foram comidas e o resto veio abaixo”, coloca. Mesmo nas missas na igreja ao lado – essa sim, recentemente reformada – o público médio tem sido de apenas dez pessoas.

“Do jeito que a comunidade hoje é, com as poucas pessoas que participam, dificilmente haverá condições de erguer outro pavilhão”, avalia Royer. “Esse pavilhão respondeu a uma necessidade de outras épocas, mas, no contexto de hoje, quase não muda nada. Se tornou uma coisa obsoleta.” O padre quer esperar passar o período de férias para reunir os membros da comunidade e discutir o que será feito. Uma das ações deve ser um mutirão de limpeza e a avaliação dos materiais que sobraram e que podem ser reaproveitados. Sobre o prejuízo do desabamento na garagem da moradora dos fundos, o responsável disse que ainda será preciso analisar a situação.

A Prefeitura de Montenegro informou que o próximo atendimento da Unidade Móvel de Saúde no Passo da Amora ocorre no dia 15 de março; e que, até lá, será encontrada uma alternativa para a oferta do serviço, possivelmente com parceria de algum morador. A família prejudicada foi instruída a buscar a Defesa Civil, que oferecerá um laudo sobre o desabamento para a busca de soluções ao problema nos meios cabíveis.

 

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