Partidos políticos: Quase 6 mil montenegrinos são filiados

LEVANTAMENTO do TSE aponta os maiores partidos de Montenegro e o quanto cresceram em quatro anos

Enquanto as estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral apontam para uma ligeira queda no número de eleitores filiados a partidos políticos tanto em âmbito nacional quanto no Estado do Rio Grande do Sul, em Montenegro, as legendas estão recebendo novas adesões. Em 30 de julho, a quantidade de pessoas ligadas a alguma sigla somava 5.954, número 5% maior que o de quatro anos atrás, quando ocorreram as últimas eleições municipais. No Estado, no mesmo período, houve redução de 3,9% e, em todo o Brasil, a diminuição ficou em 0,75%.

De acordo com o Cartório Eleitoral da 31ª Zona, hoje o Município possui 47.499 votantes. O número de filiados corresponde a 12,53% desse contingente, o que pode sugerir um certo engajamento da população nas questões políticas. As causas vão desde a maior visibilidade das ações – ou omissões – da categoria com o advento das redes sociais, o que leva a um engajamento por mudanças, até os processos de Impeachment. Nos últimos cinco anos, dois prefeitos foram cassados e a população, desconfortável com a situação, talvez esteja se dando conta de que a solução passa pela participação.

Entre as legendas locais, a que tem maior número de filiados é o PDT, com 1.212. Esta participação, porém, sofreu uma redução de 8% em relação a 2016. Na sequência, aparecem PSDB, Progressistas, PTB e MDB, com números que vão de 703 até 632. Nesse time, o Progressistas teve o maior crescimento. Hoje são 692 filiados contra 556 há quatro anos, um acréscimo de 24%. Já o MDB sofreu uma perda de militantes de 3%.
O levantamento também aponta que as siglas mais tradicionais da chamada “esquerda” perderam densidade. O número de filiados do PT caiu de 577 para 510, uma variação negativa de 12%. Já o PCdoB chega ao pleito deste ano com 116 “soldados”, 21% menos que os 146 de 2016. Neste campo, o único que teve crescimento foi o PSOL, cuja lista de “soldados” aumentou 12%, de 60 para 67 pessoas.

Das legendas consideradas de “centro” pelo senso comum, o Republicanos teve o melhor desempenho em termos de adesões. Em 2016, eram 188 filiados e hoje são 298, um acréscimo de 59%. O PSB, na linha “centro-esquerda”, também cresceu. A presença ativa na Administração Municipal e na Câmara de Vereadores, onde ocupou três cadeiras até março deste ano, vitaminaram as filiações. Eram 180 em 2016 e hoje são 256, 40% a mais.

Segundo os dados do TSE, hoje Montenegro possui representações de 27 das 33 legendas existentes no Brasil. Há quatro anos, partidos como Avante, Cidadania, DC, Patriotas, PMN, Podemos, PRTB, PSL e Rede não tinham presença na cidade. Alguns sequer haviam sido criados.

PHS, PPS e PTdoB, que juntos somavam 59 filiados em 2016, não possuem mais diretórios ou comissões executivas. Do ponto de vista estatístico, a sigla que mais cresceu, ainda que os números sejam irrisórios, foi o Novo. De um filiado em 2016, aumentou para 21 este ano, uma evolução de 2.000%.

Maior número de filiações ajuda na busca por votos
“Tamanho não é documento” ensina a sabedoria popular. Contudo, na Política, legendas com grande número de filiados costumam tirar proveito desta vantagem na hora de caçar votos. Quanto mais pessoas “vestem a camiseta”, maior o efetivo no campo de batalha. E, neste aspecto, é o exército do PDT que sai na frente. A legenda de Brizola é hoje a maior de Montenegro, com 1212 militantes, embora tenha havido queda de 8% em relação a 2016.

De acordo com o presidente do PDT, Ademir Fachini, a força dos filiados é muito importante em alguns momentos, mas não significa vitória. “Em 2014, quando concorri a deputado, muitas pessoas votaram em mim porque eram do meu partido. Votariam também se fosse outra pessoa. É o voto da militância”, aponta. Já em 2016, na disputa pela Prefeitura, ele experimentou o contrário. Por conta de uma disputa interna, a legenda saiu dividida da convenção. Quando a sigla decidiu coligar com o PT, bem no auge dos escândalos no governo federal, muitos filiados simplesmente cruzaram os braços.

Fachini explica que é fundamental envolver os filiados nas decisões. “Estamos fazendo isso agora, em pequenas reuniões, ouvindo as pessoas e passando a nossa proposta de aliança com o Republicanos, para que, ao fim, todos estejam engajados”, revela o dirigente.

Dos partidos tradicionais, entre os que mais perderam filiados destaca-se o PT, com 12%. Para o professor Ricardo Agadio Kraemer, presidente da sigla, a queda na quantidade de militantes se deve, em grande parte, à polarização verificada nas eleições para presidente, em 2018. “Infelizmente, criou-se o mito de que o PT é o único culpado pelos problemas do país”, constata.

Kraemer acrescenta que, diante do aumento do desemprego, algumas pessoas pediram sua exclusão da legenda porque temem não serem contratadas em virtude desse vínculo. “Elas se desfiliam, mas não abandonam a militância”, assegura.

Na outra extremidade, o Republicanos, antigo PRB, experimentou um significatiovo crescimento nos últimos quatro anos (59%) e, de “nanico”, passou a ser visto como um concorrente viável para as eleições deste ano. O presidente Percival de Oliveira diz que a sua adesão à legenda fez com que um maior número de pessoas assinasse ficha.

Pré-candidato a prefeito, Percival informa que o partido está se preparando para fazer uma boa campanha, costurando parcerias com legendas como PDT, PSL e Cidadania. “Além disso, teremos uma excelente nominata para a Câmara. São 15 vagas e já temos em torno de 20 nomes”, comemora.

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