Pareci Novo entra em situação de Calamidade

ENCHENTE. Classificada apenas em Emergência, cidade vive catástrofe

O prefeito, Paulo Alexandre Barth, confirmou a mudança de status de Pareci Novo para Calamidade Pública, ante à decretação anterior de Emergência. O novo decreto recebeu reconhecimento do Governo do Estado, certamente impulsionado pelos resultados de seu próprio Mapa Único do Plano Rio Grande (MUP); no qual é o 11º do Rio Grande do Sul no quesito “Municípios com maior percentual da população em domicílios particulares atingidos”. A posição é significativa considerando sua densidade demográfica; pois as 1.019 pessoas atingidas representam 23,6% da população de 4.319 habitantes (Censo 2022).

Na região, Pareci Novo é a segunda, ficando atrás de São Sebastião do Caí, que tem 8.860 habitantes afetados, ou 36,3% de sua população total, ocupando a 5ª posição no estado. Em termos de proximidade, aparece ainda Triunfo, alagada pelo cheia do Rio Jacuí, na décima posição com 6.511 habitantes atingidos, ou 23,7% de sua população total. A maior tragédia acontece em Eldorado do Sul, primeira na lista com 80,8% de sua população total, o que soma 31.964 habitantes flagelados de alguma forma.

O mapa MUP é uma estratégia de mapeamento a partir de imagens de satélite visando otimizar o direcionamento de políticas públicas formuladas em razão das enchentes. Foi desenvolvido pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), é único e integrado ao Mapeamento das Áreas Diretamente Atingidas no escopo do “Plano Rio Grande”. Ele permitiu quantificar endereços, vias, domicílios, empresas, equipamentos públicos e, principalmente, pessoas afetadas. Através dele serão orientadas as ações de forma mais célere e precisa, especialmente de recursos dos programas Volta por Cima e SOS Rio Grande do Sul.

Mudança de Emergência para Calamidade abre mais possibilidades para busca de recursos para os atingidos. Foto: Arquivo Ibiá

Reconstrução de rodovias
Nesta segunda-feira, dia 3, o Governo do Estado apresentou um plano para reconstruir e recuperar rodovias e pontes prejudicadas pelas chuvas de maio. A estimativa de custo para reconstrução, considerando adaptações a mudanças climáticas, pode chegar a R$ 9,9 bilhões, abrangendo toda a extensão de estradas afetadas (8.434 km’s). Oito rodovias foram priorizadas, abrangendo 36 municípios, sendo que o Vale do Caí aparece somente com a obra na VRS-826 na ligação entre Feliz e Alto Feliz, em direção à Vila Nova na Serra. A obra é de reconstrução da ponte, avaliada em R$ 11.774.368,32 com dispensa de licitação, já publicada no sistema ‘Compras NET’, mas sem prazo de início.

106 mil famílias do CadÚnico flageladas
A partir das manchas encontradas nas imagens de satélite são realizados cruzamentos com as bases e informações disponíveis, como o Censo Demográfico, o Cadastro Único (CadÚnico) e registros administrativos de órgãos públicos. Até o momento, já foram mapeados e georreferenciados 262 municípios gaúchos, identificando-se 283.000 domicílios particulares atingidos, o que corresponde a 597.000 pessoas. Destas, 233.000 estão no CadÚnico, totalizando 106.000 famílias.

Também já foram identificadas cerca de 116.000 empresas atingidas. Em relação aos equipamentos públicos danificados, foram detectadas 98 escolas estaduais, 175 escolas municipais, nove hospitais e 99 Unidades Básicas de Saúde. Nos 78 municípios que decretaram Calamidade, 12% da malha viária urbana está na área diretamente atingida.

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