Frutas são comercializadas diretamente para a Tecnovin, de Bento Gonçalves
Estimulado pelos agricultores que produzem citros, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Maratá fechou uma parceria com a empresa Tecnovin, de Bento Gonçalves. Produtora de sucos, a indústria da Serra Gaúcha agora compra as frutas marataenses para servirem de base para seus produtos. A parceria é uma nova opção de venda para os citricultores e também traz benefícios para o Município. Produtores interessados em fazer parte da parceria podem entrar em contato com o Sindicato.
Conforme o tesoureiro do STR, Celso Kirsten, muito do que é produzido em Maratá acabava sendo vendido através de “atravessadores”. Assim, as notas fiscais deixavam de ser extraídas no município, reduzindo a arrecadação do Executivo e fazendo com que os produtores deixassem de ganhar o bônus previsto por lei municipal. A expectativa é de que grande parte da safra de Maratá seja vendida para a empresa de Bento Gonçalves, sendo a exceção as frutas de mesa.
Há 20 anos trabalhando na citricultura, os irmãos Ênio José Becker e Pedro Fernando Becker viram o preço de seus produtos valorizar com a parceria. “Valorizou porque o preço pago melhorou. A procura aumentou bastante”, comenta Ênio, o popular Juca. “A possibilidade de o produtor, mediante cadastro na empresa, tirar nota do produto vendido também é importante”, reforça. Ele observa que a emissão de nota retorna em bônus previsto por lei municipal, beneficiando a propriedade.
Juca observa ainda que essa nova opção de cliente para o produtor chega num momento no qual o mercado está bom. Segundo ele, os preços têm sido o melhores dos últimos cinco anos. “Esperamos que melhore ainda mais, com a caixa chegando a ser vendida a R$ 10,00 para indústrias”, destaca. Ênio e Fernando, que possuem uma produção orgânica, são a quarta geração da família Becker a trabalhar com agricultura familiar, mantendo em 15 hectares pomares de bergamotas Caí, Ponkan, Pareci e Montenegrina. Em outros cinco hectares há pomares de laranjas Umbigo, Valência Suco e Céu Tardia.
Presidente do STR de Maratá, José Gilso Kerber, salienta que a entidade é uma parceira dos agricultores e que eles podem buscá-la quando precisarem de ajuda ou qualificação. Ele aponta ainda que a parceria com a empresa de Bento Gonçalves pode incentivar produtores a diversificar as culturas de sua propriedade e incitá-los a investir na citricultura. “É mais seguro quando se tem duas atividades”, afirma.
De acordo com Celso, o STR faz o papel de intermediário entre os citricultores e a empresa ao fretar o transporte das frutas. Além disso, a entidade tem plano de construir um silo para concentrar os citros que serão encaminhados para a Tecnovin, que hoje são colhidos em cada propriedade. O tesoureiro diz ainda que a entidade buscará se reunir com os produtores para chegar em números exatos de produção para otimizar a parceria. “Estamos fortificando a agricultura ao incentivar o produtor a plantar mais e também intermediando a busca por um preço melhor”, ressalta.