Parceria entre Instituto Penal de Montenegro e empresa recebe certificação nacional

OFERECER oportunidade a quem precisa pode trazer reconhecimento a empresas e entidades

Um Protocolo de Ação Conjunta (PAC) firmado entre o Instituto Penal de Montenegro (IPM) e a empresa Bonapel LTDA, de Bento Gonçalves, para emprego de mão de obra prisional, trouxe à indústria do ramo de embalagens reconhecimento nacional por seu gesto de dar chance de trabalho aqueles que precisam de uma nova oportunidade. A empresa recebeu o Selo Nacional de Responsabilidade Social (selo Resgata) pelo trabalho prisional, o que é motivo de alegria entre ambas as partes do PAC.

O Instituto Penal de Montenegro é referência quando o assunto é a reinserção de apenados no mercado de trabalho. Atualmente o IPM possui três PACs, um deles estabelecido com a Prefeitura de Montenegro, outro com uma empresa panificadora – que fornece pães ao presídio – e o terceiro com a Bonapel.

Em agosto do ano passado, o Instituto Penal chegou a ter 100% dos apenados do regime semiaberto realizando alguma atividade. Este ano em razão da pandemia do novo coronavírus, muitos apenados por pertencerem aos grupos de risco para a doença pararam de trabalhar. Mas a meta do diretor do IPM, Nairo Resta Ferreira, é restabelecer e ampliar parcerias, assim que a Covid-19 esteja sob controle.

A certificação recebida pela Bonapel deve ser vista como incentivo a demais empresas para que abram suas portas ao emprego de detentos dos regimes aberto e semiaberto. “A Bonapel acredita que toda empresa privada, deveria de alguma forma se engajar em algum tipo de projeto no âmbito da responsabilidade social. Este selo representa que o caminho que escolhemos está de alguma forma contribuindo para uma vida mais justa e feliz das pessoas privadas de liberdade”, diz Fernando De Bona, diretor administrativo da Bonapel.

Através de convênio, apenados
trabalham em áreas do serviço público. Foto: Arquivo ACOM/Prefeitura de Montenegro

Bom exemplo a ser dado
“Estamos torcendo para que outras empresas se conscientizem da importância que este trabalho representa para um Brasil mais igualitário, seja contribuindo para a ressocialização de pessoas privadas de liberdade ou qualquer outra iniciativa que contribua para este fim”, aponta o diretor administrativo.

O diretor do Instituto Penal, Nairo Resta Ferreira ressalta a importância do reconhecimento da parceria. “Ficamos felizes com o reconhecimento da empresa, pelo Departamento Penitenciário Nacional. Isso agrega valor à empresa. O sistema prisional não tem a função de guardar apenados, ele tem uma responsabilidade social muito importante. O objetivo é fazer com que essas pessoas repensem o que cometeram e não voltem a fazer.”
Para o comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar , tenente-coronel Rogério Pereira Martins, a reincidência criminal é elevada, em geral, por falta de oportunidades. “Uma das formas de redução desses índices se dá pelo retorno ao convívio social”, explica.

No 5º BPM, atualmente, a mão de obra é empregada na construção de uma sala de eventos. “Em parceria com o IPM e Prefeitura Municipal, a mão de obra é 100% de apenados do regime aberto, portanto sem custo para o erário publico”, conclui pareira Martins.



Sobre o selo Resgata

O certificado reconhece e destaca organizações públicas e empresas privadas, pelo engajamento na política pública das pessoas privadas de liberdade pelo trabalho e geração de renda. O certificado entregue à Bonapel é assinado pelo Ministro da Justiça e segurança Pública, André Luiz de Almeida Mendonça, e pela diretora geral do departamento penitenciário nacional, Tânia Maria Matos Ferreira Fogaça.

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