INSPIRAÇÃO. Lindiara Souza e Rotechild Prestes estiveram na Escola Sesi levando relatos de superação
Com o objetivo de destacar a força e determinação das pessoas com deficiência e de inspirar a prática esportiva no Mês da Pessoa com Deficiência, na última terça-feira, 8, a Escola Sesi Heitor José Müller, de Montenegro, recebeu a palestra Valores do Esporte. A iniciativa surgiu do diretor do educandário João Cunha e foi viabilizada por Rotechild Prestes, Analista Técnico do Sesi Especializado em ações de inclusão na Indústria ; e presidente da Ong Caminhadores RS Ecocturismo para Todos. A atleta bi-amputada de pernas Lindiara Souza deu seu relato de superação.
A experiência de Rotechild somou à palestra sobre a inclusão de pessoas com deficiência no esporte, realçando a forma que valores como ética, “jogo limpo” e honestidade, transcendem as pistas e campos, permeando todas as esferas da vida. Em sua fala, Rote destacou a competência dos atletas com deficiencia. “Os esportes paralímpicos têm mostrado repetidamente sua capacidade de trazer mais medalhas para o Brasil do que as olimpíadas, destacando o talento de nossos atletas com deficiência.”
Um dos pontos altos do evento foi o bate papo com Andiara Souza, atleta de tiro com arco. Recentemente, ela conquistou a medalha de prata no XVII Campeonato Paralímpico de tiro com arco 2023. Sua trajetória vitoriosa serviu como exemplo de como a determinação, dedicação e a superação podem levar a conquistas.
Lindiara está focada em conquistar uma vaga nas Paralimpíadas 2024, na França. Para isso treina embaixo de Sol e de chuva. O desafio é grande, mas ela já está acostumada a superar obstáculos.
“Não deixo a dor me vencer”
Antes de falar das conquistas no mundo esportivo, Andiara Souza contou aos estudantes e professores sobre como se tornou atleta paralímpica. Em 2007, enfrentou uma infecção generalizada que resultou em múltipla falência de órgãos e, mais tarde, necrose em ambas as pernas. Após 18 cirurgias e duas amputações, Lindiara emergiu como um símbolo de resiliência e superação, usando o esporte como aliado na sua jornada de reabilitação.
Aos 40 anos de idade, além da carreira esportiva, ela se dedica ao Curso de Serviço Social, é auxiliar administrativa em um hospital e mãe. “Não deixo a dor me vencer”, afirma Lindiara.
Antes de se destacar no tiro com arco, a esportista tentou outras modalidades. Única biamputada da América Latina a praticar o snowboard, em sua primeira participação em um campeonato, em 2018, conquistou a segunda colocação.
Lindiara é prova de que as limitações podem ser transformadas em oportunidades e que, com determinação e paixão, as pessoas com deficiência podem conquistar grandes alturas, tanto nos esportes quanto na vida cotidiana.